Sara publicou nesta sexta-feira (14) em seu instagram, prints de mensagens racistas e “nojentas” que ela recebeu.
A sommelière, se formou em 2018, em razão de não ver um corpo como o seu no espaço da cerveja, aliás, “via, mas em posição de subalternidade, na limpeza, limpando as mesas, ou fazendo segurança do espaço. Nada contra essas profissões, mas, o incômodo era, porque somente nesses lugares?”.
“Em 2018, comecei a frequentar mais de perto a cena cervejeira, um dos objetivos era entrevistar pessoas, sobretudo negras, para saber delas se sentiam confortáveis em um espaço tão branco cêntrico, estava coletando material para um artigo científico que pretendo escrever. Hoje, um bando de homens brancos do mundo da cerveja, achou que seria legal levar minha imagem e da cervejaria Implicantes num grupo para vomitar o seus racismos. O ataque, não foi só a mim e a cervejaria. É a todo povo preto”.
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O relato continua, Sara explica que as mensagens questionam a sua formação, ou seja, duvidam que uma mulher negra possa realmente ser sommelier: “Fiz meu curso pela Escola Superior de Cerveja e Malte, tive professores como: Padilha Sommeleir, Rodrigo Sawamura, Ely Junior, Victor Zim (que me ensinaram muito, sobretudo, ter responsabilidade, respeito e empatia)”.
Mesmo abalada com todas as mensagens, na publicação, Sara Araujo responde a todos os questionamentos levantados nas mensagens racistas:“Embora, nas mensagens trocadas por essas pessoas abjetas, questionem a minha formação. Perguntaram se eu sei avaliar uma cerveja? Estudei para isso. Questionaram o porquê da minha página falar de pessoas negras? Porque nos outros espaços não somos aceitos/as, então, falo delas.
Ridicularizaram a minha etnia, digo, sou negra e com muito orgulho.
Eu, queria agradecer a Escola Sciense Of Beer, por me convidar para dar aula sobre Racismo no mercado cervejeiro, esse ataque que sofri hoje, só mostra o quanto essa temática é Urgente e necessária.
Racistas, misóginos e lgbtfôbicos, não passarão”.
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