No primeiro feriado nacional em celebração ao Dia da Consciência Negra, Silvio Almeida, advogado, filósofo e ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, publicou um extenso texto nas redes sociais com reflexões sobre o significado da data. A mensagem, marcada por críticas ao racismo estrutural e ao individualismo neoliberal, reforça a necessidade de conectar a luta antirracista às grandes pautas nacionais e globais.
Na publicação, Almeida afirmou que “não haverá vitória contra o racismo sem mudanças sociais profundas” e criticou o que chamou de “individualismo neoliberal”, que, segundo ele, reduz problemas sociais a estratégias de marketing. “Refletir sobre isso não serve para esconder o racismo presente na formação nacional ou ainda para nos jogar no individualismo neoliberal que reduz os problemas do povo brasileiro a puro marketing”, escreveu.
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O ex-ministro também destacou a importância de entender a consciência negra como parte de um projeto nacional amplo, voltado para o enfrentamento das desigualdades estruturais do Brasil. Almeida apontou que ações como a exaltação da africanidade e as políticas de cotas, embora essenciais, não são suficientes para combater a violência e o trabalho precário que afetam majoritariamente a população negra. “A consciência negra deve também ser uma consciência global”, acrescentou.
A publicação, que repercutiu amplamente, trouxe ainda uma citação do ativista sul-africano Steve Biko, reforçando que a luta antirracista deve transformar a posição das pessoas negras na sociedade. O texto reafirma o papel de Silvio Almeida como uma das principais vozes do debate público sobre racismo estrutural, especialmente em uma data que carrega forte simbolismo histórico e político.
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