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A renúncia da produtora e showrunner Shonda Rhimes do Conselho do Kennedy Center, anunciada na quarta-feira (12), marca mais um capítulo na recente turbulência que atingiu a instituição cultural americana. Rhimes, criadora de sucessos como Grey’s Anatomy e CEO da Shondaland, também ocupava o cargo de tesoureira do conselho da instituição, que é um dos mais importantes centros culturais dos Estados Unidos. Sua saída ocorre após a eleição do ex-presidente Donald Trump como presidente do Kennedy Center, em uma votação realizada pelo próprio conselho.
A mudança na liderança da instituição foi acompanhada pela rescisão do contrato de Deborah F. Rutter, presidente do Kennedy Center desde 2014. Rutter já havia anunciado planos de deixar o cargo no final de 2025, mas sua saída foi antecipada. Richard Grenell, ex-embaixador de Trump na Alemanha, foi nomeado presidente interino.
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A saída de Rhimes, nomeada ao conselho pelo ex-presidente Barack Obama, não chega a surpreender. A produtora, conhecida por projetos que abraçam a diversidade e a inclusão, como a série Bridgerton da Netflix, apoiou a vice-presidente Kamala Harris na eleição presidencial de 2024. A mudança na liderança do Kennedy Center levanta questionamentos sobre o futuro de iniciativas ligadas à diversidade e equidade, temas que Trump tem criticado publicamente.
A onda de renúncias não se limitou a Rhimes. O cantor e compositor Ben Folds anunciou sua saída como consultor artístico da Orquestra Sinfônica Nacional, seguido pela soprano Renée Fleming, que também deixou o cargo de consultora artística geral. As decisões ocorrem após a declaração de Trump, na sexta-feira passada, de que demitiria vários membros do conselho, incluindo o então presidente David M. Rubenstein, e assumiria a presidência da instituição.
Novos membros e mudanças na gestão
Na quarta-feira, o Kennedy Center anunciou a nomeação de 14 novos membros para o Conselho de Administração, incluindo o próprio Trump, além de figuras próximas a ele, como Susie Wiles, Dan Scavino e Usha Vance. A instituição, que supervisiona a Orquestra Sinfônica Nacional, a Ópera Nacional de Washington e eventos como o Kennedy Center Honors, agora terá uma gestão alinhada ao ex-presidente.
Impacto no Kennedy Center Honors
As renúncias também colocam em xeque o futuro do Kennedy Center Honors, um dos principais eventos culturais de Washington, D.C. Durante o mandato de Trump, a cerimônia foi alvo de polêmicas, com homenageados boicotando a tradicional recepção na Casa Branca em 2017. Agora, com o ex-presidente e seus aliados à frente do conselho, a escolha dos homenageados e a gestão do evento passarão por mudanças significativas.
A instituição, que há décadas busca manter uma representação bipartidária, enfrenta um momento de incerteza. A saída de nomes como Rhimes, Folds e Fleming pode indicar um novo rumo para o Kennedy Center, sob uma gestão mais alinhada aos ideais de Trump e sua base de apoio.
Com informações de Hollywood Reporter e Deadline
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