Setembro Amarelo: Cinco estrelas que tornaram suas lutas públicas e nos encorajaram a enfrentar nossas batalhas

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Setembro Amarelo: Cinco estrelas que tornaram suas lutas públicas e nos encorajaram a enfrentar nossas batalhas
Na imagem: Mariah Carey, Naomi Osaka, Andra Day, Karol Conká e Simone Biles

Fora dos holofotes e manchetes de jornais, os famosos levam uma vida como a de qualquer ser humano. Têm suas famílias, amigos, passam por momentos bons e ruins exatamente como cada um de nós. Por isso, também estão suscetíveis a enfrentar problemas em relação à saúde mental, e quando se se sentem prontos para compartilharem essas questões, acabam influenciando outras pessoas em situações parecidas a se identificarem com essas lutas, compreenderem melhor o que estão enfrentando e principalmente a procurarem ajuda. Considerando isso, listamos alguns artistas que vieram publicamente compartilhar suas experiências sobre saúde mental.

Karol Conká

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Assim que foi anunciada como uma das participantes do camarote no BBB 21, Karol Conká conquistou uma torcida enorme. Entretanto, as atitudes da rapper dentro da casa, tornou o público contra ela. A artista não durou muito no programa, e foi eliminada com mais de 99% dos votos, batendo um recorde de rejeição. E essa rejeição continuou aqui fora; em entrevista para o podcast de Whindersson Nunes, a artista declarou: ”Minha batalha é para não cair numa depressão. Faço acompanhamento para isso. Tem várias coisas que pegam para mim, desde o trauma de se expor, se reconhecer ali naquelas atitudes ruins, a me sentir vendida. Sinto uma coisa, como se fosse um negócio, que as pessoas jogam para lá e para cá e tiram suas próprias conclusões“. A artista reconhece os erros que teve durante o programa, mas diz estar em terapia e em processo para se tornar uma pessoa melhor. Em sua participação no Trace Trends, o assunto voltou a pauta e ela comentou: “Comecei a me questionar o porquê de algumas situações que eu me permiti vivenciar. Situações em que tive descontrole emocional. Por que fiquei assim?! Então, fui atrás de respostas, com ajuda de profissionais dessa área. E senti a necessidade de compartilhar isso com meus seguidores. Porque são coisas que não sou só eu que sinto. Muita gente sente…”. E realmente, é importante que Karol use sua voz para isso. O processo de auto perdão pelo qual ela está passando é inspirador para pessoas que tomaram atitudes das quais se arrepende, e mais do que isso: precisam compreender as origens de tais ações.

Mariah Carey

Apenas em 2018, a cantora veio a público falar sobre um diagnostico que recebeu em 2001: O de Transtorno Bipolar. Em entrevista para a revista People, Mariah contou que por anos viveu em negação, isolada e com medo de ser exposta, mas as coisas começaram a melhorar quando ela decidiu começar o tratamento e ser cercar de pessoas positivas. A bipolaridade, é marcada por sintomas que fluem entre um estado de hiperatividade e depressão. Para Mariah, esses episódios eufóricos eram marcados principalmente por uma insônia muito forte, onde ela ficava noites sem dormir trabalhando, irritada e com medo de decepcionar os outros. Já seus episódios depressivos foram marcados por pouca energia, tristeza, solidão e culpa por não fazer o suficiente em sua carreira. Para Mariah, focar na música foi uma grande ajuda. O diagnostico de bipolaridade, veio em um momento complicado. O pai da artista enfrentava um câncer em estagio terminal, ela havia rompido recentemente com o noivo, e enfrentava problemas com a gravadora. Mas assim como no caso de Biles, as causas são ainda mais profundas que os problemas momentâneos: Crescer em uma família bi racial nos EUA dos anos 70, ao lado de uma irmã dependente química e viver anos em um casamento abusivo são fatores consideráveis. Entretanto, com tratamento as coisas foram se encaixando, e essa é a nossa lição aqui: Não se negligencie. Não negue ajuda, e nem tenha medo do que você está passando. As coisas podem sim, melhorar.

Imagem: EBC

Simone Biles


A ginasta norte-americana, era uma das maiores apostas das Olimpíadas de Tóquio, considerando o seu desempenho brilhante nos jogos do Rio de Janeiro em 2016. Entretanto a desistência da atleta em varias categorias, surpreendeu a todos em um primeiro momento. Mas a decisão, foi correta. Simone Biles optou cuidar de sua saúde mental e frisou: “Não somos apenas atletas. Somos pessoas. E, às vezes, é preciso dar um passo atrás”. Ela explicou ainda, que as vezes ficava fora do mundo real enquanto competia, o que é bastante perigoso em um esporte como a ginastica olímpica. O risco é maior do que perder, mas também se machucar seriamente. Todo esse estresse foi causado por uma rotina incessante de treinos, cobranças externas (treinadores, público) mas também por cobranças internas. Vale mencionar que Biles também foi uma das vítimas de abuso sexual do ex médico Larry Nassar, e é inegável o quanto isso afeta a cabeça de alguém, tal como passar fome durante a infância, ter uma mãe biológica dependente química e viver em lares provisórios. Tudo isso marca a vida de Biles até hoje. Entretanto, as desistências durante as Olímpiadas não são um sinal de fracasso: ela ainda levou para casa duas medalhas, uma de bronze na trave e outra de prata na geral por equipes. Sabemos que ela deu o melhor de sí, mas o seu melhor não era o mesmo que em 2016. E ela nos ensinou isso, que devemos nos respeitar e respeitar o nosso momento.

Andra Day

A cantora e atriz, foi figurinha carimbada durante toda a última temporada de premiações, devido sua interpretação de Billie Holiday no filme do diretor Lee Daniels ”The United States VS Billie Holiday”. Logo em seu primeiro papel no cinema, a artista emplacou um Globo de Ouro de Melhor Atriz e foi indicada ao Oscar na mesma categoria. Entretanto o que muita gente não sabe, é que a voz de hits motivacionais como ”Rise Up”, também passou por dificuldades. Andra Day, revelou esse ano que já foi viciada em sexo e pornografia. Ela conta inclusive, que isso fez com que desse a sua personagem um tom sensual, mas não sexualizado. “Eu não queria nenhum elemento de sexualização. Eu tinha saído de algo em minha própria vida – lidar com o vício em pornografia, o vício em sexo. Estou sendo muito, muito franca com você porque não sou a única a ter passado por isso. Mas eu sabia que queria muito que tudo isso fosse embora”. -completou. Atualmente, a artista de 36 anos diz estar em momento muito mais saudável onde consegue desfrutar melhor o sucesso de sua carreira. Outra grande atriz que também enfrentou o mesmo problema, foi Jada Pinkett Smith. Casada com Will Smith desde 1997, com quem tem dois filhos, a artista revelou o fato durante o seu programa ”Red Table Talk” em 2019. “No passado, fui viciada em pornografia, mas não estava em nenhuma relação, graças a Deus…posso dizer que era um vício horrível.” Quando questionada por sua própria filha, sobre o que desencadeou o vício, Jada disse que sentia um grande vazio, e que achava que isso poderia preencher. Mas não era bem assim que funcionava. O vício em sexo e pornografia afeta diretamente a saúde mental, atrapalha a vida profissional e as relações interpessoais. Não se sinta envergonhado em procurar um psicólogo, ou ajuda de lugares como Instituto Delete (RJ), D.A.S.A (SP)ou INPA em Brasília.

Imagem: Vogue Magazine

Naomi Osaka

Com apenas 23 anos de idade, Naomi Osaka é uma das maiores estrelas do tênis nos últimos anos. Por isso, a decisão da atleta em abandonar o torneio de Rolland Garros causou espanto entre o público e os realizadores. No entanto, Naomi explicou que fez isso pelo bem de sua saúde mental. Antes disso, ela já havia dito que não daria entrevistas durante o campeonato -e foi multada em 15 mil dólares. Acontece que as entrevistas depois dos jogos, como estamos acostumados a ver, seguem um roteiro um tanto quanto desconfortável. O atleta, cansado, deve responder a perguntas sobre o seu desempenho em um momento onde se quer conseguem raciocinar, e tudo o que for dito naquele momento de vulnerabilidade será distorcido e usado contra eles em questões de minutos. Em artigo para a revista Time, Osaka escreveu: “Está OK não estar bem e OK não falar sobre isso” e continuou pedindo por mais respeito e privacidade a saúde mental dos atletas. Outros esportistas como Usain Bolt, Serena Williams, Lewis Hamilton e Michael Phelps se posicionaram a favor da jovem. Com isso, podemos repensar o quanto de pressão não colocamos em cima dos outros e quanto isso pode ser prejudicial, mas também, podemos refletir sobre o quanto de pressão tem sido colocado em cima de nós e talvez seja a hora de começar a mudar isso. Se você sente que está em uma situação desgastante na vida profissional (como foi o caso aqui), ou até mesmo acadêmica, amorosa e etc, não excite em dizer o como se sente.

Conseguimos entender que a vida dos famosos também não é perfeita, não é mesmo? Mas assim como eles estão conseguindo passar por esses momentos difíceis, também é possível para você. Se não tiver com quem falar, ligue para o 188, Centro de Valorização da Vida.

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