A banda afrofuturista Senzala Hi-Tech, em comemoração aos 10 anos de carreira, lança o primeiro disco no próximo dia 9 de agosto, em todas as plataformas de streaming. Intitulado “Represença”, possui oito faixas, sendo quatro delas inéditas. O projeto traz mensagens de amor, resistência social e política com ritmos afro-brasileiros e afrolatinos.
O grupo é formado por Diogo Silva (vocalista e compositor), MC Sombra (vocalista e compositor), Minari (produtor musical) e Junião (percussionista) e tem forte questionamento político e social. A liberdade sonora na construção musical e o tom crítico e de contestação nas letras são as principais marcas do novo álbum.
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Capa do Disco
“A ideia é unir esses ritmos e trazer um som novo, sem deixar de lado as nossas ideias e o que acreditamos. Vejo o Senzala não só como uma banda, mas como um instrumento de luta e comunicação em busca de equidade em um mundo cada vez mais injusto […] Tentamos trazer pra discussão não só a luta do povo preto, mas de todas as minorias que juntas se tornam maioria. Essa busca por união e vontade de quebrar paradigmas me mantem instigado a fazer parte desse projeto”, comenta Minari, produtor musical.
O objetivo do disco é transmitir ao público a seguinte mensagem: “Desconfiem de soluções fáceis. Primeiro questione, depois reflita e depois questione novamente”. As músicas, escritas por Diogo Silva e MC Sombra, abordam a violência como geração de lucro, os mercados proibidos que socialmente são legais, a conjuntura política nacional e a liberdade do corpo.
“As letras nos remetem a como agimos a determinadas informações e como somos frágeis para interpretá-las. Entender que a corrupção é ambidestra, não tem lado e é mais antiga que o Brasil. É necessário que o país seja violento para que alguém possa vender segurança e é sobre isso que falamos: práticas antigas que ganham novas roupagens com novo personagens”, explica Diogo.
Com bases no rap futurista mescladas ao dub, samba, reggae e sons da África às Américas, o disco traz as influências musicais e culturais ainda mais condensadas com o objetivo de trazer uma música brasileira mais leve e dançante.
“O Senzala é o resgate dos valores do homem negro com menos acesso dentro da sociedade, como a falta de acesso a formação educacional e adentrar ao ramo de trabalho mesmo depois de uma formação acadêmica. É a continuidade das nossas ancestralidades nas músicas afroculturalmente falando”, conta MC Sombra.
O disco traz diversas participações como Duani (baixo e cavaco), Renata Jambeiro (voz), Raphael Gomes (violão), Didi (percussão), Daví Índio (baixo), Conrado Bruno (trombone de vara), Rodrigo Bento (sax barítono), Paulo Kishimoto (teclados), Natan Oliveira (trompete), Emílio Mizão (guitarra), Toca Ogan (percussão). No dia 10 de agosto o Senzala Hi-Tech se apresenta no Festival DeMo Sul, no palco AlmA, em Londrina – PA.
A banda é fortemente influenciada pela música e pelas artes visuais da África às Américas. Na linha de frente com a percussão, mas também responsável pelas artes do grupo, Junião conta que o grupo vai além da mistura das batidas do hip hop aos diversos ritmos herdados de todos esses povos.
“Queremos unir afrobrasilidades e afrolatinidades, somar a sonoridade e a história do jongo, do coco e do maracatu às sonoridades da salsa, do dub, do funk, da música árabe, do samba e do que mais tiver a ver com a gente. Sempre absorvendo influências desse caldeirão de culturas que é a cidade de São Paulo”, finaliza.
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