Durante esta terça, Dia da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha, o Pacto pela Equidade Racial realizou o segundo Fórum Pacto das Pretas, no Teatro Sesi, em São Paulo. No evento, que teve como embaixadora a vice-presidente de Impacto Social do iFood, Luana Ozemela e como apresentadora a atriz Isabel Fillardis, mulheres negras do setor corporativo discutiram a importância dessas profissionais em cargos de liderança. 

Além das atividades ligadas ao Fórum, o evento também teve um momento especial com a cerimônia de premiação da “Powerlist Mulheres Negras Transformando Histórias”, organizada pelo site Mundo Negro e que homenageia 10 mulheres negras que estão fazendo a diferença no seu trabalho e na sua comunidade.

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Ao discutir sobre Investimento Privado: estratégias para acelerar a mobilidade da mulher preta no ecossistema corporativo, tema central do Fórum Pacto das Pretas deste ano, Roberta Eugênio, Secretária Executiva do Ministério da Igualdade Racial, ressaltou a importância das cotas raciais. “Eu estou aqui porque as políticas de promoção da igualdade racial, como as cotas raciais, deram certo”. 

“Nós sempre estivemos no mercado de trabalho, trazendo novas soluções, resistindo e propondo de outras perspectivas. O que aconteceu nas universidades, espaços públicos e pode acontecer nas empresas, é a diversidade, a presença de mulheres negras”, destacou a secretária, sobre os cargos de liderança que podem ser ocupados pelas mulheres negras. 

O investimento privado na educação como ferramenta para alavancar o protagonismo feminino no segmento corporativo também foi debatido entre Deloise Jesus, gerente de equidade racial da Fundação Lemann, Joyce Gomes da Costa. assessora para estratégias de engajamento público do consulado dos Estados Unidos, e Thais Dias Luz Borges, Analista Sênior de Estratégias Educacionais no Instituto Unibanco, que apresentaram os avanços e os desafios que ainda existem para mulheres negras.

“Houve um progresso ao longo dos últimos 50 anos. A proporção de mulheres negras no ensino superior está numa crescente, mas ainda se encontra atrás se comparado a mulheres brancas. E fechar essa lacuna poderia resultar em uma redução de disparidade salarial, em cerca de ⅓”, explicou Joyce.

Durante a tarde, um dos discursos de destaque foi o de Tania Chaves, especialista em diversidade do Grupo Globo, que está entre as mulheres negras reconhecidas pela Powerlist do Mundo Negro, que reforçou a necessidade de as empresas se atentarem as diferentes narrativas: “As empresas precisam se interessar por narrativas diferentes daquelas que elas estavam acostumadas a ter”.

Outra discussão fundamental para o segmento foi a de mulheres no mercado de tecnologia, que reuniu Adriana Barbosa, CEO da Preta Hub, Arlane Gonçalves, diretora e fundadora da CGC e Valdirene Carvalho, consultora de Diversidade e Inclusão da Oracle do Brasil. Na ocasião, Adriana pontuou: “A gente precisa descolonizar o nosso pensamento quando a gente fala o que é tecnologia e o que é investimento social privado para população negra”.

O Fórum também anunciou o lançamento do Programa de Mentoria e Aceleração da Liderança Feminina, uma parceria entre o Pacto pela Equidade Racial e a B3, a Bolsa de Valores do Brasil, que vai contribuir com a formação de 30 lideranças negras comprometidas com a equidade racial.

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