Texto: Dr. Gilmar Francisco
Quantas pessoas você conhece que trocaram o açúcar pelo adoçante e seguem sem grandes alterações na balança?
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, nesta segunda-feira (15), uma nova diretriz sobre adoçantes sem açúcar. De acordo com o documento, esse tipo de adoçante não deve ser utilizado para controlar o peso corporal ou reduzir o risco de doenças não transmissíveis como obesidade e diabetes tipo 2.
Trocar o açúcar pelo adoçante como única medida na dinâmica da alimentação não traz benefícios.
Muito se conjecturou sobre a incidência do câncer e uso de adoçantes, mas essa novidade pegou grande parte da população de surpresa.
Entretanto, à grande parte dos profissionais de saúde, já era sabido que adoçantes artificiais são comercializados como uma alternativa saudável ao açúcar e como uma ferramenta para perda de peso. Mas dados, no entanto, sugerem que os efeitos pretendidos não se correlacionam com o que é observado no dia a dia. Esses produtos parecem alterar a harmonia das bactérias intestinais , levando à diminuição da saciedade e alterando o controle da glicose, estando associados ao aumento do consumo calórico, ganho de peso e de incidência de diabetes tipo 2.
A grande surpresa é o stevia, visto por muitos como uma grande redenção para uma vida saudável e que integra a lista com os demais adoçantes artificiais.
É válido ressaltar que para pacientes com diabetes já instalados é válida a manutenção do uso do adoçante, ainda que com moderação.
Uma observação pessoal é que a avaliação da alimentação como um todo é muito mais relevante do que apenas uma preocupação pontual com um duelo entre açúcar e adoçante. Saber se o que se consome durante a maior parte do dia é muito mais relevante do que ponderar apenas se um cafezinho vem com açúcar ou adoçante.
Entender qual é o objetivo daquele momento da dieta é uma construção muito importante. Retirar as calorias contidas no açúcar pode facilitar o déficit calórico e consequente perda de peso, porém entender que essa é uma situação transitória para excluir o açúcar, posteriormente (ou concomitantemente) o adoçante e o excesso de paladar doce das refeições é uma necessidade. Até porque , como consta na diretriz, a troca do açúcar pelo adoçante a longo prazo não resolve o controle do peso e pode ser nociva à saúde.