“Mulher negra, antirracistas, feminista, professora e servidora pública aposentada.” Essas são as palavras que constam na biografia da primeira mulher negra eleita vereadora do município de Joinville, Santa Catarina, Ana Lucia Martins.
Segundo Ana Lúcia, enquanto se preparava para celebrar a vitória para a Câmara Municipal, teve sua conta no Instagram invadida. “No dia seguinte, nos posts de comemoração dos companheiros e companheiras da nossa cidade surgem estas mensagens de um grupo que se intitula Juventude Hitlerista”, disse ela. A polícia descobriu que o grupo era comandado por neonazista.
Notícias Relacionadas
Filho do rapper Rael sofre racismo no mercado Pão de Açúcar
Ananda registra boletim de ocorrência contra Ana Paula Minerato após falas racistas
Um dos comentários que mais chamaram atenção foi de um dos perfis que faziam parte da ideologia do grupo “Agora só falta a gente matar ela e entrar o suplente que é branco”. Ana prestou queixa na polícia.
Mesmo temendo por sua integridade física, Ana Lúcia falou, em um artigo para a revista Época que “não posso permitir que medo me imobilize. A vereadora contou, também, que teve que mudar sua rotina por causa dos ataques e ameaças de morte.
“Receber ameaças cujo objetivo é impedir que eu ocupe um espaço democrático para qual fui eleita é revoltante. Pessoas que se consideram superiores continuam nos impossibilitando de nos mover na sociedade. É dolorido e assustador. Mas, ao mesmo tempo, tive forças para imediatamente dizer “não”. Ninguém vai nos impedir. Ninguém pode nos impedir. É um processo democrático. E não deixar que assuma meu lugar na Câmara de Vereadores é matar a democracia.” Concluiu ela.
Ninguém ainda foi preso por causa do crime, contudo, A Polícia Civil identificou no, dia 22 de novembro, um homem branco de 22 anos como suspeito. Segundo fontes oficiais da polícia civil, o suspeito sofre de esquizofrenia. Após ser interrogado, foi liberado. Seus equipamentos eletrônicos vão passar por perícia.
Já no dia 6 de dezembro, a vereadora eleita, em Curitiba, Carolina Dardora postou em instagram um e-mail recebido por ela e enviado por “Ricardo Wagner Arouxa”, que falava “Vou te matar – Carol Dartora. Enquanto você ganha um salário de vereadora só por ser macaca, eu estou desempregado.”
O autor do e-mail ainda colocou o endereço da vereadora falando que apareceria em sua casa com uma pistola de 9mm e “Depois de meter uma bala na sua cara e matar qualquer um que estiver junto com você, vou meter uma bala na minha cabeça. Não adianta avisar a polícia ou andar com seguranças. Nada no mundo vai me impedir de ter matar e me matar em seguida”.
A veredora já prestou queixa na polícia e falou que “sigo ainda mais afoita para lutar por justiça, igualdade e dignidade. MINHA luta não é de hoje e não conseguirão me calar”.
Carolina foi eleita com 8874 votos, sendo a primeira vereadora negra eleita em Curitiba é professora, historiadora e doutoranda em Educação.
Notícias Recentes
Câmara de Salvador aprova projeto para adaptar capelos de formatura a cabelos afro
Dicas de desapego e decoração ancestral para o fim de ano com a personal organizer Cora Fernandes