Ruanda, um país que há décadas vem superando expectativas e desafiando estereótipos comumente associados a países africanos, está prestes a dar mais um passo ousado: sediar uma etapa da Fórmula 1. Isso não só poderá mudar o mapa da F1, como também ser uma grande vitrine para as conquistas de Ruanda nos pilares de ESG (sigla em inglês para as áreas ambiental, social e governança), já que o país tem se destacado globalmente como um exemplo de transformação.
Em 2017, 23 anos após o genocídio que foi retratado no filme Hotel Ruanda, foi reconhecido pelo Fórum Econômico Mundial como um dos 10 países mais seguros do mundo. Esse nível de segurança é um reflexo direto de sua política de governança sólida e seu compromisso em criar um ambiente estável para residentes e visitantes.
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Outro aspecto marcante é a limpeza do país. Em Ruanda, o uso de sacolas plásticas é proibido desde 2008, uma medida pioneira que tornou suas cidades, especialmente a capital, Kigali, um modelo de sustentabilidade ambiental. Imagine assistir a um Grande Prêmio da Fórmula 1 em um cenário limpo, organizado e alinhado com os objetivos globais de sustentabilidade!
Paul Kagame, presidente do país desde 2000, é conhecido por priorizar a reconciliação nacional, reduzir tensões étnicas e capacitar as mulheres, destacando-se como um defensor do empoderamento feminino. Ruanda, sob sua liderança, foi o primeiro país do mundo a ter um parlamento com maioria feminina, em 2003. Essa ênfase na igualdade de gênero coloca Ruanda como uma referência em governança moderna e impacta diretamente o desenvolvimento social.
O heptacampeão da F1, Lewis Hamilton é um dos grandes defensores do retorno do esporte ao continente africano, afirmou ser este o momento certo. Em entrevista à BBC News, o presidente de Ruanda, Paul Kagame, expressou seu entusiasmo com a oficialização da candidatura: “Estamos muito felizes em anunciar que Ruanda está concorrendo para trazer a emoção das corridas de volta à África, sediando um Grande Prêmio de Fórmula 1.”
Não seria a primeira vez de uma F1 em solo africano, visto que Marrocos e África do Sul já sediaram, mas a última competição no continente aconteceu em 1993, quando a nação de Mandela ainda sofria com resquícios do apartheid, o que gerou boicotes e pressões para que a Fórmula 1 deixasse de correr no país.
Se concretizada, essa parceria entre Ruanda e a F1 representará muito mais do que corridas emocionantes, pois trará discussões importantes sobre como eventos globais podem colaborar para o desenvolvimento sustentável de países emergentes, mostrará ao mundo a beleza e a diversidade do continente africano, estará dando um importante passo para promover a diversidade e a inclusão no esporte, além de causar um impacto positivo na economia local, gerando empregos e atraindo turistas. Será um exemplo de como esporte, inovação e sustentabilidade podem caminhar juntos, enquanto Ruanda mostra ao mundo que a África é potência e merece estar no centro do palco global.