Se ainda tinha brasileiro sem expectativas com o Hexa do Brasil na Copa do Mundo do Catar, Richarlison recuperou ontem com as goleadas contra a Sérvia, na estreia da seleção, trazendo a vitória de 2 a 0.
Mas para além de um excelente jogador, o ‘Pombo‘, como é conhecido, também é um craque fora dos campos. Atualmente jogador do Tottenham, ele também é Embaixador da USP Vida na Luta Contra a Covid-19 e é referência de atleta que também luta contra o racismo, o machismo, apoia a causa da LGBTQIA+ e do meio ambiente.
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Em setembro deste ano, o Pombo foi alvo de racismo durante o último jogo antes da Copa do Mundo, da Seleção Brasileira contra a Tunísia. Depois de fazer um gol, um torcedor jogou uma banana no campo, em sua direção. “A gente fica triste por esse momento. Espero que possam reconhecer esse cara, essa pessoa que jogou a banana. E que possa ser punido e a punição sirva de exemplo para que não possa acontecer, ainda mais dentro de um estádio. Ali eu não vi e dei graças a Deus, de cabeça quente não sei o que poderia acontecer. Que possa ser punido”, disse após o ocorrido.
As restrições impostas pela Fifa contra o uso da braçadeira “One Love“, com as cores do arco-íris, como forma de protesto pela violação dos direitos humanos no Catar, também desagradou Richarlison, que afirmou apoiar todos os movimentos. “Independentemente de qualquer coisa, temos que respeitar. Não sei o que vão fazer aqui, se vão entrar com faixa, mas eu apoio qualquer ato. Vivemos num mundo perigoso, onde não podemos ter opiniões. Seja contra o racismo ou a favor do movimento LGBTQIAP+”, disse numa entrevista coletiva.
Em 2020, o atleta não ficou isento com o assassinato de João Pedro, um garoto de apenas 14 anos, no Complexo do Salgueiro (RJ). “O racismo é um assunto que nós, que viemos da favela, estamos acostumados. Sempre fui tratado de forma diferente. Acompanhei o caso da morte do João Pedro, no qual a polícia deu mais de setenta tiros em sua casa. Poderia ser comigo. Lá atrás, convivi com tiroteios e fui até confundido com traficante”, declarou em entrevista à revista Placar na época.
No mesmo ano, o mundo também assistiu o assassinato de George Floyd, asfixiado por um policial. “Também acompanhei o caso dos Estados Unidos. As pessoas que estão nas ruas estão no direito delas de protestar e pedir justiça. Se estivesse lá, faria o mesmo.”, afirmou. Em apoio aos protestos que ocorriam nos EUA, Richarlison se ajoelhou durante uma partida entre Everton e Leicester.
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