Repressão violenta a protestos em Angola deixa 22 mortos e mais de 1.200 presos

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Repressão violenta a protestos em Angola deixa 22 mortos e mais de 1.200 presos
Foto: AMPE ROGERIO/EPA

A resposta do governo de Angola à insatisfação popular tem sido marcada pela força e pela violência. Desde o início da semana, manifestações contra o aumento do preço dos combustíveis no país foram duramente reprimidas, resultando em pelo menos 22 mortos — entre eles, um jovem de 16 anos, baleado pela polícia na cidade de Lubango — e 197 pessoas feridas, segundo dados divulgados pelo próprio governo angolana na quarta-feira (30).

Uma greve nacional de taxistas foi iniciada na segunda-feira (28), contra a alta dos combustíveis anunciada no começo do mês – o preço do diesel em 30% e a tarifa dos transportes aumentou em até 50%. O movimento rapidamente ganhou apoio da população e tomou as ruas de diversas cidades, incluindo a capital, Luanda. De acordo com a agência AFP, os protestos foram marcados por tiroteios em Luanda e em outras cidades do país, além de confrontos com a polícia e episódios de saques. Ao menos 1.214 pessoas foram presas.

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O ministro do Interior, Manuel Homem, classificou as manifestações como “atos de vandalismo”, culpando a população pelos episódios de violência. “Nós lamentamos as 22 mortes, incluindo um policial”, afirmou, após reunião de gabinete com o presidente João Lourenço, do MPLA — partido que está no poder desde a independência de Angola, em 1975.

Uma das cenas comoventes que tem viralizado, um adolescente se desespera ao presenciar a morte da própria mãe. Segundo relatos, figuras públicas angolanas que estão se posicionando contra o governo estão sofrendo retaliação para apagar publicações de apoio às manifestações.

Nas redes sociais, o Ministério do Interior manteve o tom de endurecimento: “[O gabinete] apela à população para que colabore com as autoridades e se abstenha de práticas que atentem contra a estabilidade pública, o bem-estar coletivo e a autoridade do Estado, pois os atos de vandalismo não serão tolerados.”

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