A realeza está no Brasil. Na quinta-feira, 19, o Rei Tchongolola Tchongonga Ekuikui VI, do maior grupo étnico da Angola, os Ovimbundos, chegou no Brasil, em São Paulo, para uma viagem que deve durar 27 dias. Nesse período, o rei dos Bailundos deve visitar outros Estados brasileiros, como Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina, para reforçar vínculos culturais com o país.
Essa é a primeira viagem do soberano ao Brasil. Durante sua chegada, em São Paulo, o rei visitou o barracão da Escola de Samba Independente Tricolor, além disso, foi recebido no Centro Cultural Chico Science, localizado no bairro do Ipiranga, zona Sul da capital, onde aconteceram apresentações musicais e uma roda de capoeira.
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A Angola é formada por cinco reinos independentes e o rei não tem poder de Chefe de Estado, mas influencia nas atividades culturais do país. Os Ovimbundos são o maior grupo étnico angolano, formado por quase 13 milhões de pessoas. Além disso, 60% dos escravizados trazidos para o Brasil partiram de Angola.
Em entrevista para o jornal SPTV, o Rei Tchongolola Tchongonga Ekuikui VI afirmou que gostaria de conhecer o lugar onde os primeiros escravizados angolanos desembarcaram no país. Além disso, ele também deu um recado aos brasileiros e angolanos que vivem aqui, reforçando que veio para o Brasil para fortificar e dar uma palavra de encorajamento que o ser humano, onde ele estiver, desde que sua vontade seja a de unificar e convivência na paz, na unificação, deve ficar com respeito e dignidade.
A Casa Cultural de Angola foi a responsável pela vinda do rei ao Brasil. Segundo o diretor da Casa, Isidro Sanene, ‘a vinda do rei reforça esses laços que nos fortalecem’.
No início do mês, a instituição compartilhou o vídeo onde o rei é abençoado antes de sua viagem. Na legenda, Sanene escreveu: “Realmente o futuro é ancestral e isso começa a partir do reconhecimento real sobre quem SOMOS para nos curarmos das nossas feridas e avançarmos com fé reverenciando NOSSOS ancestrais ao um bom porto seguro”.
O Rei Tchongolola Tchongonga Ekuikui VI está hospedado no Mosteiro de São Bento, mesmo quarto onde ficou o Papa emérito Bento XVI, quando visitou o Brasil em 2007. Ele fala 4 idiomas, além do Umbundu, idioma oficial do reino do Bailundo.
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