Após os ataques racistas que o jogador Vinícius Júnior sofreu no último domingo (21) no jogo do Real Madrid e Valencia, pela La Liga, o clube espanhol pronunciou nesta segunda-feira (22) nas redes sociais dizendo que vai fazer uma queixa formal ao Ministério Público da Espanha.
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Em comunicado oficial, o Real Madrid disse que vai procurar o Ministério Público para abrir uma queixa formal contra crimes de ódio e discriminação. “O Real Madrid CF manifesta a sua mais forte repulsa e condena os acontecimentos ocorridos ontem contra o nosso jogador Vinícius Júnior. Esses fatos constituem um ataque direto ao modelo de convivência de nosso Estado social e democrático de direito”, disse o time espanhol em comunicado.
Confira o comunicado completo: “O Real Madrid CF manifesta a sua mais forte repulsa e condena os acontecimentos ocorridos ontem contra o nosso jogador Vinícius Junior. Esses fatos constituem um ataque direto ao modelo de convivência de nosso Estado social e democrático de direito. O Real Madrid considera que tais ataques também constituem um crime de ódio, razão pela qual apresentou a denúncia correspondente à Procuradoria-Geral do Estado, especificamente à Procuradoria contra crimes de ódio e discriminação, para que os fatos sejam investigados e apuradas as responsabilidades. O artigo 124 da Constituição espanhola estabelece as funções do Ministério Público para promover a ação da justiça em defesa da legalidade e dos direitos dos cidadãos e do interesse público. Por este motivo, e dada a gravidade dos fatos ocorridos, o Real Madrid recorreu à Procuradoria Geral do Estado, sem prejuízo do seu caráter privado no processo que está a ser instaurado.”
O presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, também se encontrou com o brasileiro para demontrar apoio.
Desde 2021, essa foi a décima vez que Vini Jr. sofreu racismo direto, dentro e fora do campo de futebol. Depois de tudo que aconteceu, segundo as informações do UOL, o jogador pretende dar uma entrevista ameaçando sair do Real Madrid, como forma de protesto e de cobrança sobre a situação que se tornou frequente.
Após o jogo, o técnico do Real, Carlo Ancelotti, se recusou a falar sobre a partida e se pronunciou sobre as ofensas sofridas por Vini. “Não quero falar de futebol. Vocês querem falar de futebol? Foi mais que uma derrota. Não parece? Eu sou muito calmo, mas aconteceu algo que não pode acontecer. Um estádio gritando “macaco” a um jogador, e um treinador pensar em ter que tirá-lo por isso. Algo está muito errado nesta liga. Nada acontece”, falou o técnico em um coletiva de imprensa.
Mesmo com o apoio de colegas de time, do mundo do esporte e até do governo brasileiro, a La Liga vem se mostrando apática sobre o caso. O presidente da La Liga, Javier Tebas Medrano, respondeu o brasileiro nas redes sociais dizendo que ele deve se informar bem antes de criticar a liga espanhola e que já tentaram conversar duas vezes com o jogador sobre o que pode ou não ser feito em caso de racismo.
Mas Vini Jr. rebateu Medrano dizendo que “Omitir-se só faz com que você se iguale a racistas. Não sou seu amigo para conversar sobre racismo. Quero ações e punições. Hashtag não me comove.”
Em outro tweet, o presidente reiterou que nem a Espanha e nem a La Liga são racistas e que o campeonato espanhol combate o racismo “com toda rigidez dentro das nossas competências.”
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