Por Silvia Nascimento – A informação é uma grande arma do combate às injustiças. Hoje, por meio das novas tecnologias, qualquer um pode presenciar um fato que em poucos minutos vira notícia por meio da Internet sendo compartilhado por milhares de pessoas. E o celular, que de acordo com o IBGE faz parte da vida de 115 milhões de brasileiros, tem sido cada vez mais usado para denunciar descasos de órgãos públicos e mostrar flagrantes de violência, por exemplo, sobretudo em lugares que” a grande mídia” nunca geralmente não dá muita importância.
No dia 25 de outubro, 20 jovens da comunidade quilombola Porto dos Cavalos, na Ilha de Maré, Salvador (BA) receberam a certificação do projeto “Vojo Brasil: ampliando vozes quilombolas por meio do celular”. A tecnologia VOJO chega ao país pela primeira vez e permite que qualquer pessoa possa enviar informações para sites e blogs, mesmo que ela não possua computador ou Internet em seu aparelho celular.
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O projeto foi realizado pelo Instituto Mídia Étnica (IME), que também é responsável pelo portal Correio Nagô, em parceria com o Center for Civic Media, do Massachusetts Institute of Technology (MIT),
“A seleção dos jovens foi feita pelas lideranças do território, atendendo aos critérios de representação das diversas comunidades da Ilha, capacidade de replicar a tecnologia e interesse no projeto. A média de idade dos participantes é de 18-25 anos.” explica Paulo Rogério Nunes, diretor executivo do Instituto Mídia Étnica responsável pela realização do projeto.
A primeira experiência prática dos jovens recém-certificados foi à cobertura da III Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial (III CONEPIR). Utilizando seus aparelhos celulares, os jovens fizeram entrevistas e fotos com os participantes e postaram nas mídias sociais. Os quilombolas das comunidades de Bananeiras, Martelo, Porto dos Cavalos, Maracanã e Praia Grande integram o projeto Vojo.
Mas afinal, como enviar informação, sem Internet? “Existe um número especial (via tecnologia VOIP) que compramos e habilitamos como se fosse uma central de 0800, onde as pessoas ligam e recebem opções para ouvir conteúdo ou gravar conteúdo. Além disso, caso o celular tenha câmera, as pessoas podem enviar fotos e até mesmo vídeo”, detalha Paulo Rogério.
O projeto contou com a doação de U$15 mil do Institute of International Education, além de outras parcerias estratégicas que fizeram com que o Instituto Mídia Étnica pudesse oferecer bolsas para os jovens, realizar palestras e treiná-los para estarem aptos a usar nova plataforma. “Trata-se de um projeto de baixo custo e alto potencial de empoderamento”, finaliza Paulo Rogério.
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