Recém-chegada da Bienal de Portugal, a escritora e multiartista lança seu 19º livro enquanto estreia dois filmes no Festival do Rio, duas séries na Amazon Prime e outros projetos sociais pela Casa Poema.
Elisa Lucinda possui uma dinâmica de alto movimento – e a atual fase da poetisa, atriz, escritora e multiartista pode comprovar isso. No próximo dia 13 de dezembro na Blooks Livraria de Botafogo ela dá início a mais um passo lançando pela Editora Malê seu 19º livro, a autoficção Quem Me Leva para Passear retornando a personagem Edite, do “Livro do Avesso” (2019) que já está em vias da quarta edição. Fazendo uso da técnica literária fluxo de consciência, a escritora vai nos permitindo conhecer o pensamento de Edite que, em seu monólogo interior, com amor e humor, nos conduz a aprimorar o olhar para a vida e nos provoca na liberdade íntima do pensar.
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“No primeiro volume da série ‘O pensamento de Edite / Livro do Avesso’, ainda não sabíamos que Edite era uma cozinheira e acompanhávamos seu pensamento diário como se estivéssemos lendo alguém que anota tudo que pensa. Neste segundo, não. Ela não escreve, mas nós temos acesso ao que ela pensa. Estamos dentro da cabeça de Edite vivendo com ela os seus sonhos, sua geografia, suas incongruências, contradições, falhas e epifanias, para o que der e vier. Na cabeça de Edite cabe tudo. É um bairro, uma praça imensa, um palácio, um quarteirão, um país. Seu nome próprio, que é também um verbo, já diz a que veio: Edite”, sintetiza a autora.
Em seu processo de escrita, Elisa costuma pedir a amigos que leiam seus originais em voz alta “para que ela possa ter a noção da força oral daqueles arranjos de palavras e fazer assim os ajustes rítmicos do tecido em prosa coloquial e poética ao mesmo tempo”, reforça a capixaba. O ritual se repetirá no dia do lançamento, com presenças a serem confirmadas. Dentre os eleitos esteve Lázaro Ramos, que depõe na quarta capa do livro suas impressões da história: “Me transportei imediatamente para o universo de Edite que sim, em muitos momentos parecia ser algo particular, do exercício da liberdade dessa mulher preta cheia de desejos, uma querente por excelência e em outros momentos ela era muitas. Percebi pensamentos íntimos de avós, primas, tias, mãe ou até de desconhecidas. Edite é isso…. Uma ótima companhia para o nosso existir”, resume o ator, escritor e diretor.
A parceria dos dois, aliás, vai além. A conexão criada com a personagem foi tanta que Lázaro está produzindo o podcast dos pensamentos de Edite, que serão gravados na voz da autora. E a dobradinha do ator com Elisa poderá ser vista ainda em “Papai é Pop”, filme de Caíto Ortiz que estreia no Festival do Rio e onde Elisa interpreta a mãe de Lázaro que, na trama, é casado com a personagem de Paola Oliveira. No mesmo festival, Lucinda também integra o elenco de outro lançamento, “O Pai da Rita”, de Joel Zito, onde faz par romântico com Ailton Graça.
Recém-chegada de Portugal, onde representou o Brasil na Bienal Internacional de Poesias de Oeiras, a poetisa segue gravando a segunda temporada de “Manhãs de Setembro”, do Amazon Prime, onde interpreta Vanusa, a voz na consciência de Cassandra (Liniker) uma mulher trans que trabalha como motogirl. Na mesma plataforma, Elisa integra a série “Desjuntados”, dando vida à mãe do personagem Marcinho, interpretado pelo ator e comediante Yuri Marçal, enquanto aguarda o lançamento, pela Fox Disney, da série “Não foi minha culpa”, sobre violência feminina, dirigida por Susana Lira.
E não para por aí: a atriz ganhou o Prêmio Especial do Júri no Festival de Gramado (2020) e, neste dezembro, tomou posse na Academia Brasileira de Cultura, ocupando a cadeira de Olavo Bilac e figurando entre nomes como Zeca Pagodinho, Elza Soares, Christiane Torloni, Ana Botafogo, Carlinhos de Jesus, entre outros. Ainda este mês filma sua participação como uma diretora de escola no filme “Meninas não choram”, produzido pela Morena Filmes. Neste começo de abertura pós pandemia, Lucinda segue numa frenética agenda em que viaja várias capitais do país com suas palestras nos projetos Diálogos Contemporâneos e Histórias Brilhantes.
A profunda relação de Elisa com Adélia Prado aparece em alguns pontos nesta fase profissional. Além de ter escolhido o dia do aniversário da renomada poetisa para o lançamento de “Quem me leva para passear”, Elisa foi convidada pela Editora Record para apresentar a edição especial e limitada de quatro livros de Adélia (A faca no peito / Coração Disparado / Bagagem / Oráculos de maio), onde versa sobre a obra da autora mineira num livreto de 45 páginas.
Pela sua produtora junto à atriz e diretora Geovana Pires, a Casa Poema, em parceria com MPT e OIT, Lucinda realiza dois projetos: “Sankofa”, que apresenta poesia falada nos quilombos, e “Catadoras de Poesia”, projeto em parceria com a Flup – Festa Literária das Periferias onde ministra aulas de poesia falada para mulheres de uma cooperativa de catadoras de papel.
“Enquanto Edite cozinha, refoga devagarinho o alho para o seu arroz soltinho, ela vai cozinhando o mundo ao seu redor. Bota no fogo os culpados, fatia e descasca hipocrisias, cheira mentiras e deixa de molho a injustiça. (…) Eu chamo Elisa Lucinda de furacão”, declara a escritora e chefe de cozinha Paola Carosella na orelha do novo livro.
Título: Quem me leva para passear
Autora: Elisa Lucinda
Assunto: Ficção brasileira
ISBN: 978-65-87746-64-7
Páginas: 196
Sinopse: Em “Quem me leva para passear” Elisa Lucinda retorna a personagem Edite, do “Livro do avesso”. Fazendo uso da técnica literária fluxo de consciência, Elisa vai nos permitindo conhecer o pensamento de Edite, que em seu monólogo interior com amor e humor nos conduz a aprimorar o olhar para a vida.
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