Com reflexões fundamentais sobre passado, futuro e educação no Brasil, o Festival LED – Luz na Educação iniciou o primeiro dia de evento levantando discussões sobre as “Trajetórias ancestrais: como o passado pode guiar futuros plurais?”, reunindo o ator, diretor e escritor Lázaro Ramos, a escritora Ana Maria Gonçalves e o ator e escritor Daniel Munduruku para explorar a importância de aprender com nossos ancestrais como forma de moldar futuros desejáveis.
O diálogo, que ocorreu nesta manhã no auditório do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, buscou estabelecer conexões entre as raízes históricas do país e as possibilidades de construir um futuro mais equitativo e inclusivo.
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A escritora Ana Maria Gonçalves, conhecida por suas obras que exploram questões históricas e sociais, trouxe sua visão afiada sobre a importância de resgatar e compreender a trajetória ancestral para construir sociedades mais justas. A escritora falou sobre seu livro “Um defeito de cor”: “Conta também a história oficial do Brasil contada a partir de um ponto de vista que a gente não está acostumada a ler”, disse ela ao destacar a importância de trazer um novo ponto de vista sobre a escravização no Brasil, contando a história a partir do povo negro, diferente do que é contado pelo colonizador e que está nos livros das escolas.
Lázaro Ramos contribuiu com suas experiências e reflexões sobre a representatividade e a valorização das narrativas negras, trazendo à tona a relevância da ancestralidade afro-brasileira na construção de futuros plurais. O ator e diretor pontuou a importância da valorização do saber e dos professores: “Professores, além de necessários, precisam ser valorizados, respeitados e são fundamentais para a construção do projeto de nação”.
Lázaro relembrou sua própria trajetória educacional e deixou um recado importante sobre a importância da educação: “Desejo que a gente tenha a coragem de cultivar todos os dias o amor pelo saber, pela escola, pelos professores, porque nesse ambiente da escola a gente cria memórias que vão durar para sempre”.
Daniel Munduruku, escritor, professor, ator e ativista indígena, trouxe uma perspectiva valiosa sobre a sabedoria ancestral indígena e sua relevância na construção de um futuro mais consciente. “Eu sou um educador de formação e quero ser visto dessa maneira e estou usando as ferramentas possíveis para educar o olhar do meu povo que é o povo brasileiro. Os povos indígenas trazem consigo a sabedoria ancestral, a sabedoria muito antiga, pra antes de nós e para além de nós”, destacou ele.
“O povo indígena que tem milhares de anos de existência nessa terra é um povo criativo. Tão criativo que é capaz de preservar sua vida, sua existência e seu modo de olhar para o mundo sem precisar se autodestruir”, pontuou. “O povo indígena está aí para provocar e dizer, ‘nós somos filhos da terra’ ou não seremos nada”.
A conversa no palco LED Inspira foi um momento de reflexão coletiva sobre como o passado pode ser um guia para a construção de futuros desejáveis. Através da intersecção de perspectivas diversas e da valorização das trajetórias ancestrais, buscou-se iluminar caminhos para uma sociedade mais equitativa, inclusiva e consciente de suas raízes.
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