O Conselho Universitário (Consun) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) aprovou na última quarta-feira (26) a meta de aumentar os docentes negros da universidade para 37% em seis anos. A ação afirmativa começa a valer no próximo semestre com concursos voltados para pretos e pardos. Atualmente apenas 5,34% dos docentes são negros.
Por decisão unânime, o Consun estabeleceu a meta de acrescer o número de professores negros até 2029 como forma de aumentar a representatividade racial nas universidades. Atualmente, apenas 5,34% dos professores da PUC-SP se declaram pretos ou pardos.
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A porcentagem de 37% dos professores negros é baseada no número de pessoas negras que vivem na cidade de São Paulo. A decisão começa a valer no próximo semestre com concursos públicos voltados para docentes negros e a cada dois anos a decisão será reavaliada. O objetivo é que todas as unidades da PUC-SP tenham mais professores negros e a ação pode ser prorrogada caso não seja alcançado o número de professores dentro do prazo estabelecido.
Para a atual gestão da universidade, é extremamente importante combater o racismo de forma intersubjetiva, institucional e estrutural. “A ausência de docentes negros nos quadros da Universidade revela cumplicidade com o ‘pacto da branquitude’ na manutenção de seus privilégios, na exclusão de humanidade das pessoas negras, com uma abolição da escravização sem qualquer reparação, sem qualquer política pública que garantisse educação, trabalho, terra, moradia, ou seja, condições dignas de sobrevivência para a população negra”, disse a pró-reitora Mônica de Melo.
Segundo uma pesquisa do Estadão de 2021, com base no Censo da Educação Superior de 2019, menos de 3% das universidades do país possuem um número de professores negros proporcional a região onde está. Ainda baseado no Censo, em 2021, apenas 48% das escolas de ensino superior tinha pelo menos 20% do corpo docente negro.
“É uma medida de reconhecimento e reparação e que também agregará saber à universidade, propiciará uma mudança de bibliografia, com mais autores negros. Somos hoje uma universidade branca”, afirma Mônica.
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