The Guardian, um dos principais jornais do Reino Unido, publicou um artigo enaltecendo o protagonismo negro nas três novelas da TV Globo, que estão em exibição no horário nobre. Pela primeira vez, a emissora conta com atores negros nos papéis de protagonistas, em todas as produções.
“Marca um momento inédito na TV brasileira, que há muito tempo não consegue representar seus telespectadores”, destacou a jornalista Constança Malleret no texto. Ela também descreve as novelas atuais como uma “tradicional mistura de rixas familiares, romance, traição e resistência – mas interpretadas por um elenco racialmente diverso”.
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Neste momento, a Globo transmite as novelas “Amor Perfeito”, às 18h com o atores Diogo Almeida como Orlando Gouveia e Levi Asaf como Marcelino. Às 19h, vai ao ar “Vai na Fé”, estrelado por Sheron Menezzes, que vive a Sol e Samuel de Assis, como Benjamin. Já na novela das 21h, em “Terra e Paixão”, Bárbara Reis e Paulo Lessa, estrelam como Aline Barroso e Jonatas dos Santos.
Em 2018, a Globo foi notificada pelo Ministério Público do Trabalho, por escalar um elenco quase todo branco para a novela Segundo Sol, que se passava em Salvador (BA), o estado mais negro do país.
“A grande vitória agora é que você não tem apenas atores negros […] Você tem personagens que têm direito aos seus próprios objetivos, personagens que não estão contando sua história pelas lentes do olhar branco ou como consequência de racismo”, disse Elisio Lopes Jr, um roteirista de TV negro co-autor de Amor Perfeito, em entrevista ao The Guardian.
Para Rosane Svartman, autora e criadora de “Vai na Fé”, a falta de diversidade também refletiu na queda de audiência da televisão. “A sociedade quer se ver melhor representada na tela, e isso atrai o público”, disse ao jornal
“Vai na Fé” tem conquistado o público e boas críticas pela dramaturgia e representatividade. “Para mim, o Vai na Fé é muito interessante porque trata da diversidade, da diversidade real, dos diferentes tipos de negros”, disse a noveleira Raquel Oliveira, uma guia turística carioca de 39 anos que se lembra de assistir novelas quando tinha apenas quatro anos. “Somos um grupo diverso de pessoas, dentro da comunidade negra tem gente que é evangélica, tem gente conservadora, tem gente progressista, gente da comunidade LGBTQ+… A novela mostra isso.”
Fonte: The Guardian
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