O professor de História da Escola Estadual Amaral Wagner, em Santo André, Luiz Bartolo, teria circulado entre os estudantes da escola vestido com roupas alusivas à Klu Klux Klan, movimento supremacista branco, durante os jogos escolares da instituição, em outubro de 2021. A ação foi registrada em vídeo por estudantes. De acordo com a professora de sociologia da instituição, Hainra Asabi Alves, nenhuma justificativa pedagógica foi apresentada para o uso da roupa.
“A justificativa dele já mudou inúmeras vezes. No primeiro momento ele disse que não teve intenção de ofender ninguém. Depois que começamos a pressionar, ele vem mudando a narrativa dele, mas até o momento não apresentou nenhuma proposta de reparação ou de pedido de desculpas. Na verdade, o que ele vem fazendo é tentar justificar a ação dele”, detalha a professora. Um ato antirracista foi convocado pelo Quilombo Dandara para quarta-feira, às 15h em frente à escola.
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Uma das justificativas que teria sido apresentada pelo professor, foi a de que ele pretendia ensaiar uma peça de teatro. “Mas ele não apresentou o texto dessa possível peça de teatro, então, de novo, o uso dessa roupa está fora de contexto. Se fosse uma peça de teatro onde estava sendo discutida a questão, ok. Mas não foi o que ele fez aqui. Ele simplesmente vestiu a roupa e saiu andando pelo meio dos alunos, sem nenhum tipo de contexto, sem nenhum tipo de conversa”, detalha Hainra.
De acordo com Hainra, a direção da escola também não se manifestou publicamente a respeito da gravidade do caso, e nenhuma ação de reparação ou pedido de desculpas foi apresentado. “A gente vem cobrando a direção da escola e eles vêm simplesmente se manifestando e dizendo que estão tomando as medidas cabíveis, mas não fez uma reparação, um pedido de desculpas público. É muito séria a questão em si. Há vários dias a gente vem tentando algum tipo de mediação e a situação só vem piorando porque tanto o professor quanto a direção, vêm numa perspectiva de tentar justificar o ato”, explica a professora.
Em uma reunião na última segunda-feira (20), o Conselho de Classe aprovou que a escola se manifeste publicamente por meio de suas redes sociais contra o fato ocorrido e inclua em seu plano político-pedagógico temas e discussões referentes à questão racial, o que já é previsto em lei.
O Site Mundo Negro entrou em contato com a escola, mas foi informado por uma servidora, que o assunto seria tratado somente pela Secretaria Municipal de Educação de Santo André. A Secretaria não atendeu nem retornou as nossas ligações. A redação também não conseguiu contato com o professor.
Veja a ação do professor no vídeo:
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