Nesta quinta feira (24), às 19h, o ‘Terreiro Contemporâneo’, agora sob o comando da ‘Confraria do Impossível’, será reaberto após dois anos de portas fechadas em razão da pandemia de Covid-19, e com novidade: a inauguração do Teatro Chica Xavier, o primeiro teatro negro do Rio de Janeiro.
O nome dado ao novo espaço é uma homenagem a Francisca Xavier Queiroz de Jesus, conhecida como Chica Xavier, que foi uma grande e consagrada atriz de teatro, cinema e da televisão brasileira. Mesmo sendo mais conhecida pelo grande público por seus trabalhos nas telenovelas, com mais de 50 personagens, ela também atuou no teatro nacional há mais de 60 anos e é uma grande personalidade da representatividade negra na arte do Brasil.
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A programação de inauguração do teatro, iniciará todos os dias às 19h, sendo totalmente gratuita até sábado, contando somente com um espetáculo pago que será no domingo (27). Na quinta-feira (24) a mostra artística conta com Slam das Minas, Wj, Tati Villela, Livia Prado e exibição de filmes negros.
Localizado no polo da Cruz Vermelha, na área central da cidade, o espaço, que acolhe e lapida talentos negros por meio da arte, foi fundado na década de 90 pelo bailarino e coreógrafo Rubens Barbot, criador da ‘Cia Rubens Barbot’, primeiro grupo de dança negra do Brasil. “O Terreiro Contemporâneo, agora, passa a ser um novo Centro Cultural Preto, ligado a novas percepções artisticas tecnológicas, com a inauguração do Teatro Chica Xavier, estudio de gravação de audiovisual e podcasts para dialogar com produções audiovisuais, galeria de artes, além de um espaço de convivência com objetivo de fortalecer as relações artististicas, trazendo novas possibilidades de trabalho e lazer para artistas negros”, afirma André Lemos, gestor do Terreiro Contemporâneo e Diretor da Confrarida do Impossível.
Segundo o ator e empresário Reinaldo Junior, também gestor do espaço, o Teatro Chica Xavier nasceu da necessidade da existência e resistência de um ambiente negro cultural no Rio de Janeiro. Para ele, essa construção é uma forma de garantir o funcionamento do quilombo cultural, que já foi gerido pelo coreógrafo, professor e pesquisador de Danças Negras Contemporâneas, Luiz Monteiro, que passou para o ator Gatto Larsen, e que precisou deixar a direção para cuidar do Rubens Barbot, seu companheiro há mais de 40 anos, hoje, debilitado por conta de problemas de saúde. “O Teatro Chica Xavier é a realização do sonho e das lutas dos nossos mais velhos, um espaço construído por mentes e mãos pretas e muito importante para a manutenção do nosso fazer artístico, da nossa cultura, e do nosso aquilombamento na cidade, um teatro independente e um espaço de troca para melhor acolhimento do público, coletivos e artistas”, Reinaldo, também conhecido como Rei Black,
Sem recursos públicos, o centro cultural, que já vinha carecendo de uma rede de solidariedade há alguns anos, passou a sofrer ainda mais os reflexos negativos com a paralisação temporária de suas atividades, quase encerrando os trabalhos. Para manutenção e manter o legado da companhia – apesar das dificuldades – uma campanha de assinatura online foi lançada no ano passado pela empresa para angariar investimentos.
O Terreiro Contemporâneo e o Teatro Chica Xavier ficam localizados na Rua Carlos de Carvalho, 53, Centro, Rio de Janeiro, próximo à Cruz Vermelha.
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