Primeira diretora negra a competir no Festival de Veneza, Ava Duvernay conta que as pessoas lhe diziam: ‘Não se inscreva, você não conseguirá entrar’

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Primeira diretora negra a competir no Festival de Veneza, Ava Duvernay conta que as pessoas lhe diziam: ‘Não se inscreva, você não conseguirá entrar’
Foto: Franco Origlia/Getty Images

Durante a coletiva de imprensa do Festival de Cinema de Veneza para o seu novo filme, “Origem”, Ava DuVernay revelou desafios enfrentados por cineastas negros e destacou a importância de sua presença no evento. O filme marca um momento histórico, já que DuVernay é a primeira mulher negra a competir no festival em seus 80 anos de existência.

No festival, Ava falou sobre as dificuldades enfrentadas pelos cineastas negros, citando: “Para os cineastas negros, dizem-nos que as pessoas que amam filmes em outras partes do mundo não se importam com as nossas histórias e não se importam com os nossos filmes. Isso é algo que sempre nos dizem: você não pode tocar em festivais internacionais de cinema, ninguém virá”, contou.

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“As pessoas não comparecerão às coletivas de imprensa, não comparecerão às exibições de P&I. Eles não estarão interessados ​​em vender ingressos. Você pode nem entrar neste festival, não se inscreva. Não sei dizer quantas vezes me disseram: ‘Não se inscreva em Veneza, você não conseguirá entrar. Isso não acontecerá.’ E este ano aconteceu algo que não acontecia há oito décadas: uma mulher afro-americana em competição. Então agora é uma porta aberta na qual confio e espero que o festival se mantenha aberta.”, continuou.

O elenco diversificado e talentoso de “Origem” também foi um tópico de destaque. DuVernay elogiou a dedicação e o talento dos atores, enfatizando que não são necessariamente superestrelas de Hollywood, mas artistas que trabalham arduamente e são respeitados por seu ofício.

DuVernay discutiu a liberdade artística e as vantagens de escapar das restrições dos estúdios, afirmando: “Não acho que tínhamos o elenco que tínhamos se mantido permanente no sistema de estúdio”. Ela destacou a escolha de Aunjanue Ellis-Taylor para o papel principal, destacando o poder da independência criativa.

No filme “Origem”, Ava DuVernay tece uma narrativa que explora as ideias de Isabel Wilkerson sobre como a palavra “racismo” por si só não pode explicar a complexidade da desigualdade social. O filme desafia a centralização da raça na compreensão da opressão e busca contextualizar a forma como a sociedade evoluiu até os dias de hoje.

“Origem”, estrelado por Aunjanue Ellis-Taylor e Jon Bernthal, mergulha na notável vida e obra da autora premiada com o Pulitzer, Isabel Wilkerson, enquanto explora as raízes profundas da injustiça social. DuVernay envolveu sua jornada ao longo da produção e enfatizou a importância de trazer essa história para um público internacional.

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