
A cantora, empresária e apresentadora Preta Gil faleceu neste domingo, 20 de julho, aos 50 anos, no Rio de Janeiro. Ela enfrentava um câncer no intestino desde janeiro de 2023. A informação foi confirmada por sua equipe.
Preta Maria Gadelha Gil Moreira nasceu em 8 de agosto de 1974, no Rio de Janeiro. Era filha do músico Gilberto Gil com Sandra Gadelha, sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa. Desde a infância, cresceu cercada pela música e pela efervescência artística da geração Tropicália.
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Após o diagnóstico de câncer, Preta passou por uma série de tratamentos, incluindo cirurgia e radioterapia. Em 2024, foi submetida a um procedimento complexo que envolveu a retirada do reto e parte do intestino. Também chegou a realizar tratamentos experimentais nos Estados Unidos em 2025. Apesar da luta intensa e do apoio público que recebeu, seu quadro se agravou nos últimos meses.
Ela deixa um filho, Francisco Gil, conhecido como Fran, músico e integrante do grupo Gilsons. Também era avó de Sol de Maria.
Uma trajetória marcada por arte, liberdade e ativismo
Preta Gil lançou seu primeiro álbum em 2003, “Prêt-à-Porter”, e desde então construiu uma carreira marcada pela autenticidade. Suas músicas transitavam entre o pop, o axé e a MPB, com destaque para faixas como “Sinais de Fogo”, “Meu Corpo Quer Você” e “Vá Se Benzer”. Era presença marcante em carnavais com seu tradicional Baile da Preta e em programas de televisão que celebravam a cultura popular brasileira.
Mais do que artista, Preta foi uma voz potente na luta contra o racismo, a gordofobia e a LGBTQIA+fobia. Sempre defendeu a liberdade dos corpos e o direito de cada pessoa ser quem é, sem pedir desculpas. Mulher preta e bissexual, fez da própria vida uma plataforma de visibilidade para pautas que ainda enfrentam resistência na sociedade brasileira.
Além da carreira artística, atuou como empresária no campo do marketing de influência e na gestão de talentos, contribuindo com o cenário cultural e midiático com uma visão inovadora e inclusiva.
Um legado que ultrapassa o palco
Preta sempre compartilhou suas experiências de forma honesta e comovente. Desde episódios de racismo e gordofobia até as alegrias da maternidade e da convivência familiar. Escolheu se chamar Preta Maria mesmo diante da resistência de um cartório, reforçando desde cedo sua afirmação como mulher negra em todos os espaços.
Sua morte representa uma grande perda para a cultura brasileira. Mas seu legado — de coragem, irreverência, amor próprio e arte — permanece vivo em sua música, em sua trajetória pública e no impacto que causou em gerações de fãs e admiradores.
Preta Gil foi mais que uma artista. Foi uma força transformadora que abriu caminhos e deixou sua marca com dignidade, afeto e potência.
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