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Preso por comprar pão: Mesmo solto, Yago de Souza terá que comparecer à Justiça todo mês

Foto: Fábio Costa / Agência Estadão de Conteúdo.

O jovem também está proibido de sair da cidade do Rio de Janeiro sem autorização.

O jovem Yago Corrêa de Souza, de 21 anos, foi solto depois de dois dias preso por um crime que ele e testemunhas dizem que não cometeu. Além do período no presídio, onde ele contou ter passado fome, Yago ainda terá que cumprir medidas cautelares até que seu caso seja julgado em definitivo. Yago foi preso no último domingo (6) por suspeita de associação ao tráfico de drogas na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, após sair da padaria com um saco de pão. As informações são do G1.

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Para as pessoas do convívio do rapaz e testemunhas que estavam no local, Yago é inocente. Imagens de câmeras de segurança mostram que, no momento da prisão, o jovem apenas tinha ido a uma padaria na favela. Yago foi solto na última terça-feira (8), durante audiência de custódia no Presídio de Benfica.

Um despacho da 25ª DP desta segunda cita que policiais da delegacia conversaram “informalmente” com Yago e tiveram a impressão de que o jovem talvez estivesse “no lugar errado, na hora errada”. Levando em conta os relatos dos policiais e informações da polícia, o delegado que analisou o caso também se manifestou pela soltura de Yago.

Mesmo assim, o jovem precisará cumprir nos próximos meses medidas como não sair da cidade sem autorização da Justiça e comparecer no tribunal mensalmente. Na opinião da defensora pública Isabel de Oliveira Spreger, subcoordenadora de defesa criminal da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, o jovem ainda terá alguns transtornos por conta dessa prisão.

“Tratou-se de um erro, mesmo assim foram fixadas essas medidas que ele vai ter que cumprir. Ainda vai ter esse transtorno na vida dele, de ter que cumprir essas medidas até que a opinião do Ministério Público seja formada e esperamos que venha a ser um arquivamento desse inquérito”, comentou Isabel.

O advogado de Yago, Vivaldo Lúcio, disse que a prisão do jovem foi mais um caso de racismo no Rio de Janeiro. “O que aconteceu é o que todos sabemos: racismo estrutural. Estereótipo do bandido brasileiro: negro, jovem e de favela. Teve incursão na favela, todo mundo correu, incluindo ele, com saco de pão na mão, a polícia entrou na farmácia, olhou quem tava ali e levou ele pra delegacia e prendeu. Na verdade, ele não sabe nem porque foi preso”, disse Vivaldo.

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