Nesta quarta-feira (24), o presidente da La Liga, principal liga espanhola e uma das maiores da Europa, Javier Tebas, veio a público pedir desculpas a Vinicius Junior por comentários feitos ao jogador após caso de racismo no último domingo (21). Em uma entrevista ao ESPN, ele disse que “não era minha intenção” parecer que estava atacando o jogador.
“Creio que a mensagem, e a intenção que tive, uma parte importante (das pessoas), sobretudo no Brasil, não entendeu. Eu não queria atacar Vinicius, mas se a maioria das pessoas entendeu assim, preciso pedir desculpas. Não era minha intenção. Me expressei mal, em um momento ruim… Mas não tinha intenção de atacar Vinicius, mas sim esclarecer uma situação, porque Vinicius tinha gravado um vídeo apoiando as ações de LaLiga”, explicou Tebas.
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Logo após a partida entre Real Madrid e Valencia, onde Vini Jr. sofreu ofensas racistas, Javier Tebas foi ao Twitter dizer que o atacante deve se informar bem antes de criticar a liga espanhola por racismo.
O brasileiro rebateu: “omitir-se só faz com que você se iguale a racistas. Não sou seu amigo para conversar sobre racismo. Quero ações e punições. Hashtag não me comove.”
Ele também aproveitou a entrevista para dizer que não é racista e que isso “está longe da realidade”. Ele foi acusado de ser racista por sua reação aos casos de racismo e por ser de um partido de extrema-direita.
“Se magoei alguém, pensaram que sou racista, está longe da realidade. Como disse antes, denunciamos pessoas (que cometeram racismo), fizemos porque não queremos racismo no futebol. E mais: não queremos racismo com um jogador que vai ser, que é um craque mundial, que é Vinícius”, se defendeu Tebas.
“Me dá pena o que aconteceu, e por isso denunciamos. E não só denunciamos: fizemos ações especiais nos jogos dele. Falamos com os clubes, para que dessem mais segurança, identificassem torcedores. A LaLiga cuida de Vinicius. E, se entenderam mal o tuite, tenho que pedir desculpas”, complementou.
A La Liga também se posicionou sobre o caso nas redes sociais na segunda-feira (22) e argumentou que “existe uma pequena porcentagem de racistas em nosso futebol e não cabem em nossos estádios.”
Relembre o caso
No jogo do Real Madrid e Valencia, Vini Jr. foi atacado com insultos racista pela torcida rival, sofreu um mata-leão e foi expulso. O caso gerou uma revolta mundial. Este foi o décimo caso de racismo que o atacante do Real sofreu.
Na segunda-feira, o Real Madrid se posicionou e disse que vai entrar com uma ação no Ministério Público da Espanha contra crimes de ódio e discriminação.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também se posicionou e afirmou que a La Liga será notificada e investigada sobre os diversos ataques racistas contra o jogador.
O árbitro VAR, Iglesias Villanueva, responsável pela expulsão de Vini Jr. na partida foi demitido após decisão da Federação Espanhola e Comitê Técnico de Árbitros. No momento da revisão do lance ele não mostrou Vini sendo agredido e só mostrou ele revidando.
Após a repercussão do caso, a polícia espanhola prendeu sete suspeitos, três ligados ao último caso e quatro ao boneco informado com a camisa de Vini Jr., que aconteceu em janeiro.
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