A Polícia Federal deve abrir um inquérito para apurar as ameaças de morte dirigidas à deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). As intimidações começaram após a parlamentar publicar, no último sábado (18), um vídeo em suas redes sociais explicando as polêmicas em torno de uma suposta fiscalização do Pix, medida posteriormente revogada pelo governo federal.
Segundo a equipe de Hilton em informações enviadas à CNN, as ameaças foram feitas principalmente na plataforma X (antigo Twitter), onde usuários sugeriram contratar pistoleiros para segui-la ou mencionaram o “Projeto Ronnie Lessa 2.0” — uma referência ao assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018.
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O vídeo, em menos de 12 horas, ultrapassou 80 milhões de visualizações. Nele, Erika Hilton explica que a intenção do governo com a medida era coibir grandes movimentações financeiras suspeitas, enquanto acusa opositores de distorcerem os fatos para desinformar a população: “Estão mentindo para você. Nunca houve a intenção de taxar o Pix. Essa é mais uma manobra da extrema direita para usar o povo como instrumento político”, afirma a deputada na gravação. Hilton ainda ressalta a necessidade de regulamentar as redes sociais, destacando a proliferação de notícias falsas como um problema urgente para a democracia.
O vídeo da deputada é visualmente similar ao publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que alcançou 300 milhões de visualizações e criticou a mesma medida do governo sob a perspectiva de prejuízo aos mais pobres. Enquanto Hilton utiliza tons claros e defende a regulamentação, Ferreira opta por tons escuros e acusa o governo de agir contra os interesses da população. A polêmica levou o governo a recuar da medida após a repercussão negativa nas redes sociais.
O pedido formal feito por Erika Hilton foi protocolado neste domingo (19) na Polícia Federal para identificar os responsáveis pelas ameaças. A Advocacia-Geral da União (AGU) também pediu apuração sobre as fake news relacionadas ao tema.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo está avaliando medidas legais contra propagadores de desinformação. “Vamos tomar providências, inclusive criminais, contra quem propagou fake news e está aplicando golpes”, declarou.
O caso evidenciou a estratégia de comunicação do PL, partido de oposição, que utiliza as redes sociais para potencializar suas críticas ao governo. Publicitários ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro também apontaram falhas estratégicas na condução do tema pelo governo, ampliando o desgaste político da gestão atual.
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