PL da deputada Laura Sito, que pode tornar Manoel Padeiro, conhecido como Zumbi dos Pampas, primeiro herói negro do RS é aprovada

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PL da deputada Laura Sito, que pode tornar Manoel Padeiro, conhecido como Zumbi dos Pampas, primeiro herói negro do RS é aprovada
Foto: Débora Beina

O Rio Grande do Sul está prestes a reconhecer Manoel Padeiro como primeiro herói negro do Estado. Na última terça-feira (22), o Projeto de Lei 86/2023 de autoria da deputada Laura Sito (PT) recebeu parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul para tornar o líder quilombola Manoel Padeiro, também conhecido como ‘Zumbi dos Pampas’, o primeiro herói do estado. 

A aprovação do projeto de lei inclui no Calendário Oficial de Eventos e Datas Comemorativas do RS a data de 16 de junho como dia oficial de celebrar a memória do líder quilombola da Serra dos Tapes, em Pelotas. Também conhecido pelos povos de terreiro como ‘Enviado de Oxalá’, Manoel Padeiro foi um homem escravizado que fugiu de Boaventura Rodrigues Barcelos, na época, havia uma recompensa de 200  mil réis por sua cabeça, de acordo com informações divulgadas pela Assembléia Legislativa do RS.

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Manoel era reconhecido como General, um Governador de todos, era visto como um líder habilidoso na condução de guerreiros, segundo informações de documentos históricos datados de 1830.  O quilombo liderado por ele foi um importante território para as mais diversas experiências, como a tasca localizada na Boa Vista, estabelecimento que vende bebidas e refeições, do casal de africanos, pretos e forros, Simão Vergara e Tereza Vieira da Cunha. O estabelecimento está localizado estrategicamente nas proximidades das charqueadas pelotenses, era um espaço de circulação de memórias, constituição e fortalecimento de identidades. 

De acordo com o portal Gaúcha ZH, Manoel Padeiro representava um perigo para as elites escravistas do Rio Grande do Sul. Um ofício emitido em 1835 a Câmara Municipal estabeleceu uma recompensa de 400 mil réis pela “prisão ou extinção do chefe dos ditos quilombolas” além de uma gratificação de 200 mil réis por qualquer um dos companheiros do líder negro. 

O medo das revoltas lideradas por padeiro era tanto que um dos ofícios emitidos na época proibia a venda de escravizados que tiveram contato com a Revolta dos Malês, na Bahia, não fosse realizada para as chasqueadas de Pelotas. Evitando que ocorrido no norte do país acontecesse no sul. 

Laura Sito afirma que o PL que reconhece Manoel Padeiro como herói representa: “contar novas histórias sobre a população negra que chegou aqui para ser escravizada, mas, que, através da luta pelos seus e pelo futuro passou a driblar e abrir novos caminhos, inclusive para que eu esteja aqui hoje como deputada estadual”.

A matéria deve ser encaminhada para o Departamento de Assessoramento Legislativo que decidirá se encaminha a proposta para outra comissão ou para o Plenário.

Fonte: Assembléia Legislativa do RS

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