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Em São Paulo, a Lei da Cidade Limpa, de 2006, substituiu o espaço da laterais de prédios, (antes ocupadas por publicidade) por grandes murais de arte urbana.
A região central de São Paulo está ficando mais preta e, ao mesmo tempo, colorida! Artistas estão preenchendo as laterais dos prédios da cidade para resgatar e contar história de pessoas negras, antes desvalorizadas.
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O projeto está rolando desde o dia da consciência negra (20 de novembro) e foi estendido para 2021, e em comemoração ao aniversário da cidade de São Paulo, outro prédio ganhou uma pintura.
Artistas envolvidos no projeto dizem que as artes fazem parte de um projeto de reparação. “ Marcas e instituições estão em momento de reparação histórica.” disse Marina Bortoluzzi
Confira algumas das artes já realizadas e as ainda em produção:
Em um prédio de 12 andares no elevado João Goulart, conhecido como Minhocão, próximo a Casa do Estudante da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) Foi pintado a figura de uma mulher negra na lateral do edifício. Com raízes no lugar dos pés e carregando um colar azul que representa “a história enterrada”
“Com raízes no chão, é como se a mulher fosse uma árvore. Ela está conectada com a terra, que é a nossa base ancestral. No caso do colar de contas azuis, esse passado estava literalmente enterrado na terra. Assim tudo se conecta. Agora, a mulher carrega o colar próximo ao ventre para dar a ideia de futuro e continuidade. É importante olhar para o passado para buscar um futuro melhor.” Soberana Ziza em entrevista a UOL
A artista Criola inaugurou uma empena no bairro da Liberdade
“A memória negra das cidades sofreu um apagamento por um sistema colonialista. Essas memórias precisam ressurgir para aprofundarmos a reflexão de que não existirá futuro enquanto não adentrarmos na história do nosso país.” Criola em entrevista a UOL
O artista Diego Mouro está pintando uma mulher negra estendendo roupa no varal na intenção de resgatar o afeto presente em cenas cotidianas.
“Busco trazer a nostalgia afetiva e retratar as pessoas que vivem e se fortalecem dentro das comunidades. Ao estender um lençol branco com o escrito ‘Saracura’, essa mulher preta coloca para secar um passado que foi lavado e, de alguma forma, embranquecido.” Contou Diego Mouro em entrevista a UOL
Thiago Consp deixou sua arte no centro de São Paulo com uma obra no mesmo prédio da pintura de Soberana Ziza, a Casa do Estudante
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