Pesquisas recentes revelaram que, quando se trata de câncer de colo de útero, existe uma preocupante disparidade na prevalência e na mortalidade entre diferentes grupos étnicos. Em janeiro de 2023, um estudo brasileiro publicado na revista científica Ethnic Health Disparities trouxe à tona informações sobre como as mulheres negras são mais afetadas por esse tipo de câncer, enquanto as indígenas são o grupo que mais morre em decorrência da doença.
Mulheres negras em risco elevado
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O estudo, que analisou dados do Sistema Nacional de Informações sobre Mortalidade entre 2000 e 2020 e informações dos Registros Populacionais de Câncer (RBPC) brasileiros para entender as tendências de incidência entre 2010 e 2015, revelou que mulheres negras enfrentam um risco 44% maior de desenvolver câncer de colo do útero quando comparadas a outros grupos étnicos. Além disso, a chance de morte decorrente da doença é 27% maior para as mulheres negras e surpreendentemente 82% maior para as indígenas, em comparação com mulheres de outras etnias.
No final do ano passado, um outro estudo da info.oncollect, publicação da Fundação do Câncer, divulgado pela Agência Brasil, mostrou que mulheres negras, mulheres com baixa escolaridade e mulheres da Região Norte e Nordeste eram as mais acometidas por esse tipo de câncer. O estudo de 2022 trouxe dados que apontavam que a forma mais grave da doença acometia 49 a cada 100 mil mulheres no Brasil, além disso, mais de 60% dos casos analisados neste estudo eram de mulheres negras.
O estudo destaca também a urgência de estratégias eficazes de vacinação contra o HPV, aliadas a programas de rastreamento de Papanicolau bem implementados para prevenir e diagnosticar o câncer de colo do útero nas mulheres que pertencem a diferentes grupos étnicos. A vacina é distribuída gratuitamente na rede pública para adolescentes.
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