Ex-estudantes beneficiados pelo Ismart (Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos) emitiram uma carta, nesta quarta-feira, 28, repudiando a fala elitista do ex-diretor e atual assessor do Colégio Bandeirantes, em São Paulo, que indicou “agressividade” de bolsistas em reação ao recente suicídio de um colega que enfrentou bullying e homofobia nas dependências da escola.

A carta, obtida pelo UOL, é assinada por bolsistas universitários, ex-bolsistas graduados e integrantes da rede Alumni Ismart. Nela, consta os desafios ligados ao racismo e à desigualdade social vividos por bolsistas do projeto.

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Em 14 de agosto, dois dias após a morte do garoto, Mauro Salles Aguiar, assessor do núcleo de estratégia e inovação da escola tradicional, falou sobre “o nível de agressividade realmente grande e espantoso” dos bolsistas, por cobrarem resposta da entidade e apoio psicológico. Mas além da falta de acolhimento, o ex-diretor destacou que a “escola não é clínica psicológica”, e que os alunos agiram assim mediante “essa sociedade de direitos”.

“Ao destacar a ‘agressividade’ dos estudantes bolsistas sem considerar as dinâmicas raciais e sociais, ainda mais em um momento de luto, o ambiente escolar perpetua o racismo estrutural e falha em formar cidadãos conscientes e empáticos”, diz um trecho da nota.

“A deterioração da saúde mental dos bolsistas não se deve à falta de acesso a determinados espaços ou atividades realizadas pelos alunos pagantes, mas à exclusão e marginalização que enfrentam diariamente […] é papel da escola não apenas encaminhar problemas a outras competências, mas iniciar o acolhimento, promover o debate de inclusão e estimular a reflexão sobre a diversidade”, reforça o texto.

A carta também destaca a importância do colégio em ofertar apoio psicológico aos alunos bolsistas. “Não é luxo oferecer suporte psicológico; é uma necessidade. Essa tragédia alerta para uma mobilização coletiva que envolva famílias, escolas, programas de inclusão e a sociedade como um todo […] a vida de cada jovem importa, e não podemos permitir que o peso das desigualdades apague o brilho do seu potencial”.

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