A terceira edição do Festival Internacional do Audiovisual negro no Brasil, sob o tema “Memória e Futuridades – O audiovisual negro como um espaço de uma convocação para a vida”, acontece de 23 a 27 de novembro, em São Paulo/SP. Pela primeira vez, a programação é majoritariamente presencial, uma conquista celebrada pela Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), responsável pela realização do evento.
Tatiana Carvalho Costa, Conselheira Regional e Diretora Artística do FIANB, explica o conceito da edição: “Precisamos entender novamente que há uma essa possibilidade real de política pública e como vamos participar disso, da reconstrução do país. A ideia de trabalhar Memória e Futuridades, sobretudo nesse momento em que a gente enfim vai ter o retorno, que está prometido, do Ministério da Cultura, é da gente poder promover uma conversa – a partir dos filmes e outros produtos audiovisuais, mas também com essa dinâmica do Festival – para entender o que precisa ser retomado. Por que a gente está exibindo filmes, por exemplo, que foram produzidos num contexto de um edital de ações afirmativas”
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A Diretora afirma, ainda, que é urgente a compreensão de que “Discutir cinema e audiovisual negro, em sua pluralidade, é discutir o imaginário de um país. Pensar cinemas negros é pensar cinema brasileiro. Então a gente precisa se fortalecer com esses diálogos para entender de que maneira a gente vai, efetivamente, compor essa dinâmica – agora inevitável – de se entender o cinema e o audiovisual brasileiro com a presença de pessoas negras, respeitando a diversidade de um país de maioria negra.”
Para essa edição, um dos destaques é a parceria com a plataforma AfriDocs, uma iniciativa diaspórica no audiovisual que tem a proposta de explorar as experiências ao trazer as narrativas de povos africanos e em diáspora a partir de suas próprias histórias. Essa ação terá como uma das contrapartidas legendar materiais de países africanos em português, com exibição durante o Festival, além de ser um legado do FIANB para a comunidade.
Mostra Brasileira, Mostra Internacional, Mesas de Debates com realizadores, Oficinas, minicursos, tudo isso faz parte da programação do FIANB 2022, que também inclui a realização de mostras infanto-juvenis em outras regiões da cidade de São Paulo, resultado de uma parceria com a SPCINE.
Todas as atividades, a partir do tema geral “Memória e Futuridades” coloca em tela um questionamento: “Qual Brasil, qual mundo é possível sem a plena existência negra? Qual audiovisual é possível sem a nossa plena presença”
A direção artística do Fianb, assinada por Kariny Martins e Tatiana Carvalho Costa, ambas Conselheiras regionais da Apan, construíram uma curadoria que permite aprofundar essas reflexões e avançar nos debates que coloquem em diálogo a memória e presença ancestral, ao passo que se verifica a urgência de fortalecer as intervenções no imaginário coletivo brasileiro. “O vigor da produção audiovisual negra brasileira contemporânea nos inspira na proposição de um festival que celebre nossa imaginação coletiva como um lugar de fabulação, conjuração e convocação para a vida.”, ressaltam as diretoras artísticas.
Com o objetivo de descentralizar e ampliar público, a programação do Festival prevê a exibição do filme Marte Um, de Gabriel Martins, Cabeça de Nego, de Déo Cardoso, exibições seguidas por bate papo com os presentes, Mostras infantil e a mesa Cineclubismo e a difusão do cinema negro no Brasil no IbiraLab Cine no Jd Ibirapuera.
No encerramento, será a vez de exibir O pai da Rita, dirigido por Joel Zito Araújo, com bate papo com o diretor e o fechamento da terceira edição com apresentação da Bateria da Escola de Samba da Vai Vai.
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