
Um dado alarmante divulgado no ano passado voltou a a ser repercutido neste Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização e ao combate ao câncer de mama e do colo do útero. Um estudo do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelou que mulheres negras têm 57% mais chances de morrer de câncer de mama do que mulheres brancas no Brasil.
A pesquisa, intitulada ‘Mantus — Mulheres Negras e Câncer de Mama Triplo Negativo: Desafios e Soluções para o Sistema Único de Saúde (SUS)’, iniciada em 2022, analisou quase mil pacientes atendidas pelo INCA e confirmou a relação entre a cor da pele e os casos do tipo mais agressivo da doença, o câncer de mama triplo negativo (TNBC) — mais comum entre mulheres pretas. O estudo traçou o perfil completo das mulheres mais afetadas pela doença no país, considerando aspectos sociais, comportamentais, ambientais e biológicos.
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Os dados mostram que os problemas de maior incidência de morte de mulheres negras por câncer começam na falta de rastreamento da doença. “No Brasil, destaca-se a menor proporção de exames nas mulheres autodeclaradas como pardas (54,4%), seguidas das autodeclaradas pretas (56,5%). Observa-se que, com exceção da Região Sudeste, a cobertura da mamografia em menos de dois anos, em mulheres pardas de 50 a 69 anos, foi menor em todas as Regiões do Brasil”.
A proporção de mulheres da população-alvo, que têm entre 50 a 69 anos, que nunca fizeram mamografia é mais expressiva nas Regiões Norte (42,1%) e Nordeste (33,7%). O estado do Amapá é a região com maior número de mulheres que nunca fizeram mamografia (53,2).
O estudo levanta algumas hipóteses que ajudam a entender o alto índice de mortalidade de mulheres negras por câncer de mama, entre eles, fatores modificáveis como hábitos e exposições a produtos e serviços que possuem propriedades prejudiciais para a saúde, como o consumo de alimentos ultraprocessados, dificuldade de acesso a diagnóstico e tratamento, diagnóstico com doença avançada, dificuldade de completar o tratamento e tratamentos pouco eficazes.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, foram estimados 73.610 casos novos de câncer de mama em 2024. A estimativa de risco é de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. Apenas cerca de 1% dos casos ocorre em homens.
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