
Na próxima sexta-feira, 21 de março, Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, a Frente Povo Negro Vivo, composta por mais de 100 organizações da sociedade civil, convoca a população para um ato público no Largo São Francisco, em frente à Faculdade de Direito da USP, no Centro de São Paulo. O evento tem como objetivo denunciar a violência policial e de Estado que atinge, de forma desproporcional, a população negra e periférica no Brasil, além de reivindicar o impeachment do governador Tarcísio de Freitas e do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.
O manifesto escrito em conjunto pelas organizações, destaca os índices de letalidade policial em São Paulo, evidenciando aumentos significativos. “As chacinas ocorridas na Baixada Santista resultaram na morte de mais de 70 civis. No ano de 2023, 460 pessoas foram mortas pela Polícia Militar de São Paulo. Até novembro de 2024, esse número subiu para 673 vítimas, sendo que a maioria, pessoas negras”, mostra o documento. Os dados refletem um padrão estrutural de violência racial e discriminatória, que tem se intensificado sob a atual gestão pública do Estado.
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Antes do ato, no mesmo dia, às 15h, serão protocolados na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), por parte dos movimentos negros, periféricos e de direitos humanos, os pedidos de impeachment do governador Tarcísio de Freitas e do secretário Guilherme Derrite. Os deputados Paula Nunes (PSOL) e Eduardo Suplicy (PT), entre outros, estarão presentes para receber a comitiva dos movimentos para o protocolo.
Manifesto e exigências
Entre as principais exigências descritas no manifesto, estão:
- A exoneração imediata do secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, cujo pedido será protocolado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp);
- O cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determina o uso obrigatório de câmeras corporais com gravação ininterrupta durante operações policiais;
- A criação de um grupo de trabalho interinstitucional para monitorar indicadores de letalidade policial e garantir transparência nos dados;
- A implementação de políticas de mediação de conflitos e resoluções conciliatórias, em vez do uso desproporcional da força.
Programação do ato
O ato do dia 21 de março será um momento de luta, resistência e união. A programação inclui:
- 15h – Protocolo do pedido de impeachment de Tarcísio e Derrite na Alesp, por parte dos movimentos negros, periféricos e de direitos humanos;
- 17h – Aula Pública Aberta, em frente à Faculdade de Direito da USP, com as presenças de Débora Dias e Luana Vieira (UNEafro Brasil), Regina Lúcia e Milton Barbosa (Movimento Negro Unificado), Simone Nascimento (deputada estadual da Bancada Feminista PSOL/SP) e o professor Ramatis Jacino (UFABC);
- 18h – Concentração para o ato no Largo São Francisco, em frente à Faculdade de Direito da USP;
- Ato político – Com a participação de lideranças do movimento negro, familiares de vítimas da violência policial e representantes de organizações sociais.
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