Educador popular, comunicador e ex-Conselheiro Tutelar de Jacarepaguá, Jotta Marques, participou nesta semana do podcast ‘PCDPOD’, apresentado por Benedita Casé e Pedro Henrique França. Durante o episódio, Marques destacou a importância de se falar sobre as pessoas negras com deficiência no Brasil e no mundo. “É crucial reconhecer uma realidade dolorosa: As pessoas negras com deficiência são negligenciadas“, publicou o educador ao compartilhar um vídeo de sua participação no ‘PCDPOD’. “Elas são vítimas das estruturas capacitistas e racistas que permeiam nossa sociedade, economia, sistema educacional, política e, por óbvio, os nossos relacionamentos e famílias“.
Ver essa foto no InstagramNotícias Relacionadas
Galã de "Dona de Mim", Humberto Morais estreia nas novelas da Globo na pele do protagonista MarlonIZA retorna como rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense e celebra em feijoada na quadraLizzo revela jornada de emagrecimento conectada ao controle emocional
Historicamente, a luta por direitos e reconhecimento das pessoas negras tem sido uma batalha contínua. No entanto, as vozes e as experiências das pessoas negras com deficiência frequentemente ficam à margem até mesmo dentro dos movimentos de direitos civis. Membro fundador do movimento ‘Vidas Negras Com Deficiência Importam (VNDI)’, Jotta Marques contou como surgiu o desejo de criar uma organização com o objetivo de buscar por uma sociedade antirracista e anticapacitista.
“O VNDI parte de uma discussão da Luciana Viegas, que é nossa diretora, fundadora, que é a pergunta clássica: ‘Onde estão as pessoas negras com deficiência?'”, explicou o educador. “Mais do que encontrar essas pessoas, como que a gente pensa as nossas vidas pra dizer pras essas pessoas que elas importam. Mas como que eu vou dizer que nós somos importantes se antes disso a gente precisa provar que a gente existe? Você está dentro dos espaços de educação, dentro dos espaços de trabalho, dentro dos espaços de família, mas você é invisibilizado de tal forma, que ao longo do tempo passa a ser desumanizado. Sendo desumanizado é a morte em vida, né? Você é desumanizado de tal forma que você não é visto, você não é lembrado, você não é reconhecido, você não tem nome.
A invisibilização também se manifesta em aspectos estruturais, como acesso limitado a serviços de saúde de qualidade, educação inclusiva e oportunidades de emprego. As barreiras físicas e sociais muitas vezes impedem que pessoas negras com deficiência participem plenamente da vida cotidiana. Como pontuado por Jotta Marques, o movimento VNDI surge para mostrar ao mundo a existência de corpos negros com deficiência. “O VNDI é mais do que qualquer coisa, mais do que um movimento social que promove datas, que constrói relatórios, que está na ONU, é mais do que isso, é para dizer pra todo mundo que a gente existe. E aí, o que que vocês fazem com isso agora? É uma provocação“, pontuou o educador.
Notícias Recentes


