Òná Ìrìn: Caminho de Ferro”: Exposição no MUNCAB destaca a força das mulheres negras por meio da arte afro-brasileira

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Òná Ìrìn: Caminho de Ferro”: Exposição no MUNCAB destaca a força das mulheres negras por meio da arte afro-brasileira

Em Salvador, o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) prorrogou a temporada da mostra “Òná Ìrìn: Caminho de Ferro”, da artista visual Nádia Taquary, até o dia 10 de agosto. A exposição é uma experiência imersiva que convida o público a percorrer as encruzilhadas simbólicas da vivência negra nas Américas, guiado por esculturas, trilhos, espelhos e sons que dialogam com a ancestralidade.

A instalação monumental parte de um conceito poético e sensível para enaltecer a presença e a atuação das mulheres negras na construção da sociedade, das culturas e dos saberes. Com curadoria de Marcelo Campos, Amanda Bonan e Ayrson Heráclito, a exposição toma como ponto de partida figuras históricas e míticas como as Geledés, Yabás e Ìyàmi Aje, conectando essas presenças à força feminina, à resistência e ao sagrado.

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Logo na entrada, símbolos da cultura afro-brasileira recepcionam os visitantes, que são convidados a escolher um caminho. À direita, encontram-se as esculturas das guerreiras Geledés e a instalação Abre-Caminhos, com balangandãs. À esquerda, estão as Yabás e a sala dedicada ao Oríkì — canto ancestral em homenagem a Ogum. Todo o ambiente é atravessado por linhas férreas, espelhos e uma iluminação suave que cria uma sensação de deslocamento contínuo. Os trilhos não apenas orientam o percurso, mas também funcionam como metáfora das encruzilhadas da existência negra, onde o corpo do visitante se integra à narrativa.

Entre as esculturas, destacam-se figuras aladas e sereias, como a representação de Iemanjá, e criações inspiradas nas joalherias afro-brasileiras, que reforçam a conexão entre identidade, poder e ancestralidade. Toda a ambientação sonora é assinada por Tiganá Santana e interpretada por Virgínia Rodrigues, aprofundando a experiência sensorial e espiritual proposta pela obra.

“A exposição transforma o olhar, a escuta e o entendimento sobre o papel das mulheres negras na história”, afirma Jamile Coelho, diretora artística do MUNCAB e responsável pela seleção da mostra. “Muitas pessoas saem em silêncio, emocionadas, como quem passou por um rito de reconhecimento — de si e de outras.”

A expografia tem assinatura da arquiteta Gisele de Paula, com montagem da RCD Produção de Arte. A exposição foi concebida originalmente pelo Museu de Arte do Rio (MAR), com correalização da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e realização da AMAFRO (Sociedade Amigos da Cultura Afro-brasileira) em parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador (Secult). A prorrogação foi viabilizada por meio do patrocínio da Petrobras, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura.

A mostra ocupa um andar inteiro do MUNCAB, com 355m² de instalações, logo acima da também imperdível exposição “Encruzilhadas da Arte Afro-brasileira”, que reúne obras de 69 artistas negros brasileiros, como Arthur Timótheo da Costa, Rubem Valentim, Maria Auxiliadora, Mestre Didi e Lita Cerqueira.

Exposição “Òná Ìrìn: Caminho de Ferro”
Local: MUNCAB – Rua das Vassouras, 25, Centro Histórico, Salvador (BA)
Em cartaz até: 10 de agosto
Horário: 10h às 17h (última entrada às 16h30)
Ingressos: R$ 20 (inteira) | R$ 10 (meia)
Pagamento: Cartão, PIX e boleto
Gratuito: Quartas-feiras e domingos
Informações: museuafrobrasileiro.com.br
Classificação: Livre

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