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Nesta sexta-feira (4), os oito alunos foram expulsos do Colégio Visconde de Porto Seguro, da unidade de Valinhos (SP), por compartilharem mensagens de ódio contra negros, nordestinos, mulheres e petistas, além de envio de “stickers” de Adolf Hitler, no grupo de Whatsapp chamado “Fundação Anti Petismo”, criado no último domingo (30), com a vitória de Luis Inácio Lula da Silva na eleição para Presidência da República.
Em nota publicada nas redes sociais, o colégio afirma que fez uma apuração das manifestações de alunos nas redes sociais para expulsão. “Reiteramos nossa consternação e indignação com o conteúdo de caráter racista, antissemita e misógino de algumas dessas mensagens”, diz um trecho do comunicado.
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“Reforçamos nosso repúdio veemente a toda e qualquer forma de discriminação e preconceito, os quais afetam diretamente nossos valores fundamentais. Nesse sentido, o Colégio aplicou aos alunos envolvidos as sanções disciplinares cabíveis nos termos do Regimento Escolar, inclusive a penalidade máxima prevista, que implica seu desligamento imediato desta instituição”, completa.
Para o advogado dos adolescentes desligados, Ralph Tórtima Stettinger Filho, a decisão da instituição foi precipitada porque não “houve o direcionamento de ofensa racial a qualquer aluno da escola”. E completa: “O que houve, sim, foi a evidente distorção dos fatos por quem os denunciou”.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. “Pode ser até apologia a alguma outra coisa, mas a injúria racial está caracterizada. Esse expediente será encaminhado provavelmente ainda hoje [terça] para o Juizado da Infância e Juventude. Lá o Ministério Público vai se manifestar”, disse José Henrique Ventura, Diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior 2 (Deinter-2).
Relembre o caso
Com a criação do grupo para compartilhar mensagens de ódio, inconformados com a derrota de Jair Bolsonaro (PL) na eleição, um dos alunos adicionados foi um adolescente negro de 15 anos, que se indignou com o conteúdo recebido. Ele se manifestou chamando os integrantes de “neonazistas do Porto” e dizendo que denunciaria o grupo. Os outros estudantes negaram serem nazistas, mas somente “antipetistas”. Ao afirmar que o compartilhamento de imagens de Adolf Hitler dizia o contrário, o estudante negro foi excluído do grupo e recebeu ataques em mensagens privadas. “Espero que você morra fdp negro”, dizia a mensagem.
Mãe do estudante vítima de racismo, a advogada Thais Cremasco soube imediatamente do ocorrido e, no dia seguinte, registrou um boletim de ocorrência contra os alunos do colégio que participavam do grupo. A denúncia, junto às provas (prints dos grupos e de posts no Instagram e no Twitter), foi enviada ao Ministério Público, que tem a responsabilidade de investigar o caso.
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