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No dia 2 de fevereiro, o Brasil, em especial a Bahia, celebra o Dia de Iemanjá. Talvez a mais popular entre os orixás no Brasil, Iemanjá é a responsável pela manutenção da “cabeça boa”, pela educação das crianças, e, como no país foi ligada ao mar e às águas salgadas, é homenageada por muitos que tiram seu sustento do mar.
Única orixá com data própria no Brasil – que não é comemorada junto a santas da igreja católica – ela é conhecida de norte a sul do país, mas essa popularidade traz consigo muitas marcas e ranços do racismo religioso, traço marcante da cultura de um país que ama tudo que é negro, desde que não pareça “tão negro assim”.
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E é assim que Yemanjá ganha contornos de uma mulher branca, magra, aloirada, pueril, quase uma Virgem Maria, e cada dia mais distante da imagem da orixá trazida para o Brasil pelos Yorubá.
Ano após ano, pessoas negras de axé têm se dedicado a reverter a imagem colonizada da Rainha do Mar, trazendo imagens que se aproximam mais do povo que iniciou o culto de Yemanjá sobre a Terra e derrubando a ideia racista de que “orixá não tem cor” ou que com o tempo Yemanjá embranqueceu “porque evoluiu espiritualmente”. Tem como ainda deixarmos passar uma coisa dessas?
Abaixo, indico alguns artistas visuais negros que resgatam a imagem de uma Yemanjá preta para o imaginário embranquecido e colonizado que permeia, inclusive, muitas casas de tradição de matriz africana que se deixaram levar pela indústria de massa, que convenceu a muitos de Kayala era mesmo aquela moça branca de vestido azul.
Denis Vieira é um artista que retrata tudo o que envolve a ancestralidade através das religiões de matriz africana, com representações de diferentes divindades, incluindo a Yemanjá.
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