O racismo como fator que adoece: por que falar em saúde é também falar sobre desigualdade

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O racismo como fator que adoece: por que falar em saúde é também falar sobre desigualdade
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Neste 5 de agosto, Dia Nacional da Saúde, é importante refletir sobre quem tem, de fato, acesso à saúde no Brasil. Criada para reforçar a importância da prevenção e da promoção do bem-estar coletivo, a data também escancara as desigualdades no sistema público. E quando observamos os números, fica evidente que saúde, para a população negra, ainda não é um direito garantido em condições de equidade.

Mais de 150 milhões de brasileiros dependem exclusivamente do SUS. Desses, 67% se autodeclaram negros ou pardos (FESaúde, 2024). Mesmo com essa presença majoritária, o sistema ainda enfrenta falhas estruturais no atendimento dessa população. Estudos da Fiocruz apontam que pessoas negras, em média, recebem menos anestesia, realizam menos exames e têm menos tempo de consulta em serviços públicos de saúde.

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Além das barreiras no atendimento, as doenças que mais afetam a população negra são ligadas a fatores sociais e ambientais: hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardíacas e obesidade aparecem com maior incidência entre pessoas negras no Brasil (Ministério da Saúde). Mulheres negras também seguem como as mais vulneráveis à mortalidade materna , com três vezes mais risco de morrer durante o parto do que mulheres brancas (Ministério da Saúde, 2023).

Outro dado relevante vem do recorte regional. Estados do Norte e do Nordeste apresentam as maiores taxas de mortalidade por causas evitáveis entre pessoas negras, segundo levantamentos do DataSUS. Esse padrão revela como o racismo estrutural atravessa territórios e amplia desigualdades.

Para enfrentar esse cenário, políticas específicas estão em andamento, como a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), a Estratégia Saúde da Família e a ampliação da coleta de dados com recorte racia, fundamentais para orientar decisões públicas mais eficazes.

Falar sobre saúde é também falar sobre acesso, reconhecimento e equidade. No Dia Nacional da Saúde, refletir sobre os dados e entender as barreiras enfrentadas pela população negra é um passo essencial para construir um cuidado verdadeiramente universal.

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