
A discussão sobre distúrbios alimentares e pressão estética tem ampliado a atenção para abordagens nutricionais menos rígidas e mais humanizadas. Dados apontam que mais de 80% das mulheres não estão satisfeitas com o próprio corpo, cenário que nutricionistas como Saulo Gonçalves atribuem a cobranças em ambientes de trabalho, familiares e redes sociais.
É nesse contexto que a nutrição comportamental surge como alternativa, focada em reconstruir a relação com a alimentação sem culpa ou padrões irreais. “Ela não se limita a prescrever dietas, mas busca compreender a história alimentar, os gatilhos emocionais e as crenças que cada pessoa carrega sobre si mesma e sobre o próprio corpo. O foco deixa de ser ‘atingir um padrão’ e passa a ser reconstruir a relação com a alimentação e o próprio corpo de forma saudável e duradoura”, explica Gonçalves em entrevista para a jornalista Silvia Nascimento.
Notícias Relacionadas



O especialista explica que “com uma abordagem humanizada, individualizada e livre de rótulos, é possível abandonar a lógica da punição e construir uma vida onde comer seja um ato de prazer e cuidado”, detalha o nutricionista, que busca com o método combater vieses em atendimentos a grupos como pessoas trans e negras, historicamente submetidas a preconceitos em consultórios. Na prática, a nutrição comportamental considera as características únicas de cada paciente, adaptando-se às suas necessidades e adotando mudanças graduais.
“Demonizar alimentos só gera frustração. É preciso trabalhar a autonomia, não o medo”, diz Saulo Gonçalves. “Traumas alimentares muitas vezes começam com abordagens agressivas no passado. A nutrição comportamental tenta reverter isso, mostrando que comer deve ser um ato de cuidado, não de controle”, completa.
Notícias Recentes


