
O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025, elaborado pelo Todos Pela Educação, Fundação Santillana e Editora Moderna, lança luz sobre a persistente desigualdade étnico-racial no sistema de ensino do país. A 12ª edição da publicação revela disparidades significativas no acesso, conclusão de etapas de ensino e desempenho de estudantes pretos e pardos em comparação com estudantes brancos, reforçando a urgência de políticas públicas focadas na equidade.
Um dos dados mais preocupantes do relatório diz respeito à conclusão do Ensino Fundamental. Enquanto 91,5% dos jovens brancos finalizam essa etapa aos 16 anos, o mesmo índice cai para 83,5% entre os pardos e atinge apenas 80,9% entre os pretos. A defasagem se amplia ainda mais no Ensino Médio, com 79,4% dos jovens brancos concluindo essa fase aos 19 anos, contra 66,6% dos pardos e 62,1% dos pretos.
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As desigualdades também se manifestam nos resultados de aprendizagem. O Anuário aponta que estudantes brancos e amarelos consistentemente registram desempenho superior em avaliações de Língua Portuguesa e Matemática, enquanto os alunos pretos, pardos e indígenas permanecem com os menores índices.
O relatório também aborda outros aspectos da educação pública, como a infraestrutura básica, que ainda é um problema para milhões de estudantes. Menos da metade das escolas públicas têm tratamento de esgoto, e mais de 20% não contam com coleta de lixo, uma realidade que afeta desproporcionalmente as comunidades mais vulneráveis .
O que esses números do Anuário revelam, de forma inequívoca, é que a falta de equidade na educação brasileira não é um mero acidente, mas um reflexo das barreiras sistêmicas que a população negra enfrenta. A ausência de infraestrutura básica, a baixa qualidade de conexão tecnológica, e a disparidade no acesso à aprendizagem são sintomas de um problema maior: a educação, que deveria ser um motor de ascensão social, tem se mantido como um espelho das desigualdades raciais do país.
Por isso, a elaboração de políticas educacionais deve levar em conta o Fator Amazônico e as necessidades específicas de cada região, garantindo que o direito à aprendizagem seja uma realidade para todos os brasileiros, sem distinção de cor ou raça.
Fonte: https://anuario.todospelaeducacao.org.br/2025/capitulo-10-equidade-racial.html
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