A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, Salvador, celebrou na manhã desta terça-feira, 2, os 125 anos da elevação da Irmandade dos Homens Pretos à categoria de Venerável Ordem Terceira. A cerimônia, que começou às 6h com o Repique dos Sinos e queima de fogos, contou com uma missa em Ação de Graças às 7h, presidida pelo capelão, Cônego Lázaro Muniz.
A data marca um acontecimento significativo na história da Irmandade dos Homens Pretos, fundada em 1685. Desde a elevação à categoria de Venerável Ordem Terceira, em 1899, a confraria dos irmãos pretos tem se destacado como uma das primeiras a integrar oficialmente a estrutura da Igreja Católica no Brasil, consolidando-se como uma instituição de resistência e preservação da cultura e fé afro-brasileira.
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Fundada há 338 anos, a Irmandade dos Homens Pretos foi uma resposta às restrições impostas aos negros, tanto escravizados quanto libertos, no período colonial. Em 1704, com a construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na então Rua das Portas do Carmo, os membros da irmandade buscavam não apenas um espaço para celebrações religiosas, mas também um local de encontro e organização social. Essa igreja, agora popularmente conhecida como Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, tornou-se um símbolo da resistência negra.
O conjunto arquitetônico da igreja, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938, reflete a riqueza da arte sacra dos séculos XVIII e XIX. A fachada azul, evocando o manto de Nossa Senhora do Rosário, é apenas o início de um percurso que inclui azulejos portugueses narrando histórias da devoção a Nossa Senhora e a São Domingos.
Os fiéis que compareceram à celebração também participaram da homenagem aos heróis da Independência da Bahia ou Independência do Brasil na Bahia, celebrada também no dia 2 de julho de 1822, simbolizada pela passagem dos Caboclo e Cabocla, reforçando a ligação da igreja com a história de resistência e liberdade da Bahia.
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