Sandra Sá, 68, considerada a rainha do soul brasileiro, com grandes sucessos como “Olhos Coloridos” e “Retratos e Canções”, continuou fazendo shows enquanto estava grávida de Jorge de Sá. Após a gestação, o filho continuou a acompanhar muito o trabalho da mãe de perto, e hoje, aos 39 anos, o ator e empresário, que tem cuidado da carreira da mãe.
Apesar das personalidades diferentes de cada um, eles afirmam que fazem um ótimo trabalho juntos. “A gente separa o lado familiar do trabalho de uma forma muito boa. A minha mãe sabe separar melhor. Não brigamos, não discutimos nem ficamos sem nos falar. Mas, quando tem qualquer entrave, minha mãe tem a habilidade de realmente ligar um botão profissional e debater tudo o que precisa”, disse Jorge de Sá em entrevista especial de Dia das Mães, ao Mundo Negro.
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Criado no meio artístico, conversas sobre questões raciais e de diversidade sempre fluíram naturalmente entre mãe e filho. E sendo uma mulher bissexual, Sandra Sá conta na entrevista que nunca precisou se assumir para o filho: “Sempre agi naturalmente sem aquele temor do pecado ou de qualquer outra coisa. Na verdade, acredito que ele foi percebendo e quando chegamos a falar sobre isso, é como se sempre soubéssemos. Nós temos uma ligação forte, a gente se sente e sabe muito um do outro”.
Leia a entrevista completa abaixo:
Em 2015, você assumiu publicamente que é bissexual. Como foi a experiência de contar isso ao seu filho?
Sandra Sá: Na minha ideia, não aconteceu essa separação de que assumi publicamente ou não, porque sempre fui uma pessoa que agi naturalmente, do meu jeito. Eu sempre vivi sem a preocupação de não posso ou não vou assumir. Acho que não teve essa conversa de ‘vem cá, meu filho. Eu quero conversar com você’. Sempre agi naturalmente sem aquele temor do pecado ou de qualquer outra coisa. Na verdade, acredito que ele foi percebendo e quando chegamos a falar sobre isso, é como se sempre soubéssemos. Nós temos uma ligação forte, a gente se sente e sabe muito um do outro.
Quando Jorge era pequeno, você se preocupava em como abordaria a questão racial e da diversidade? Como isso atravessa a relação de vocês enquanto família?
Sandra Sá: Sempre foi tudo muito natural, sem precisar sentar para falar sobre isso ou aquilo ou apontar coisas. Eu sempre fui muito do exemplo, de agir naturalmente, de ser uma pessoa verdadeira e estar sempre antenada no que estão fazendo no mundo e na vida e como estão agindo com você.
Jorge, quando você era pequeno e via a sua mãe trabalhando tanto, já imaginava que gostaria de trabalhar com ela ou como ela? Como Sandra te inspirou na vida pessoal e profissional?
Jorge de Sá: Não imaginava que a gente trabalharia junto, mas ela sempre foi uma grande inspiração de força e de devoção ao relacionamento mãe e filho. Agradeço por tudo que fez por mim. Eu falava: ‘Quero ser assim. Quero ser um pai assim. Quero fazer isso’. Sempre observava a minha mãe trabalhar e ela sempre fazia acontecer. Para mim, sempre ficou muito claro que, se eu buscasse, aconteceria.
Você já disse em outras entrevistas sobre a dificuldade financeira para realizar o sonho de jogar basquete no exterior aos 12 anos, e como isso também lhe inspirou a fundar o DCEI depois de alguns anos. Como foi contar com o apoio da sua mãe nesses dois momentos da sua vida?
Jorge de Sá: Eu percebi que uma das coisas que foi fundamental para mim, mesmo na época sem o dinheiro em si, foi o apoio, a parceria e o amor da minha mãe. Ela me deu suporte, prestou atenção e foi muito cuidadosa comigo em todos os momentos. Ela ficou sabendo no final do projeto, mas acreditou demais depois que soube. Na época, eu fiz um e-mail por ela, já que ela não sabia inglês. Ela falou: ‘Vai, filho, eu confio em você e sei da sua índole. Então, vai em frente’. Foi fantástico. Hoje, já conseguimos mais de mil propostas de bolsas de estudos para jovens estudantes atletas e fechamos grandes contratos e parcerias com famílias com e sem condição financeira. Ou seja, depois de já ter ajudado famílias diversas, de níveis variados, mostrando que é possível jogar e estudar no exterior sem pagar uma agência de intercâmbio.
Com Jorge sendo o responsável por cuidar da carreira de Sandra, como vocês diriam que é a rotina de trabalharem juntos? Vocês separam o lado familiar do trabalho?
Jorge de Sá: A gente separa o lado familiar do trabalho de uma forma muito boa. A minha mãe sabe separar melhor. Não brigamos, não discutimos nem ficamos sem nos falar. Mas, quando tem qualquer entrave, minha mãe tem a habilidade de realmente ligar um botão profissional e debater tudo o que precisa. Depois, ela desliga esse botão e liga o botão pessoal, onde é só carinho, amor e não importa se discutimos para chegar em algum consenso profissional. Ela está sempre muito aberta. Minha mãe faz isso com excelência. Eu já misturo um pouco. Se tenho dificuldade em fechar alguma coisa com a minha mãe, e ela fala: ‘Vamos jantar’, eu já fico: ‘Ah, mãe, vou ver’. Mas ela é tão boa nisso, tão generosa, que sempre me convence.
Quais são os projetos que vocês estão trabalhando juntos atualmente? Tem algo que algo já poderiam adiantar para o Mundo Negro?
Sandra Sá: Estamos trabalhando um projeto muito expressivo e podemos falar alguns pontos por enquanto. O primeiro deles é que todo preto que nos conhece já pediu um projeto assim. É algo de muita representatividade, de uma origem muito forte.
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