Desde 2015, a Nigéria tem enfrentado uma das piores crises econômicas de sua história. Duas recessões, impulsionadas por políticas econômicas mal concebidas, um colapso nos preços do petróleo e os impactos devastadores da pandemia de Covid-19,causaram danos profundos e duradouros à maior economia da África, resultando no aumento da miséria e da fome na população.

Especialistas defendem que a crise tenha piorado devido a duas grandes mudanças implementadas pelo presidente Bola Tinubu, eleito há 15 meses: a eliminação parcial dos subsídios aos combustíveis e a flutuação da moeda. Como resultado, a inflação disparou, atingindo seu nível mais alto em três décadas, enquanto a moeda local, a naira, continua caindo para mínimos históricos devido à escassez de dólares.

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Foto: Shutterstock

Os preços dos alimentos, gás de cozinha, medicamentos, combustível e transporte público subiram vertiginosamente, pressionando severamente os orçamentos familiares. Com uma taxa de desemprego superior a 30%, muitos nigerianos estão sem emprego formal e dependem do setor informal para sobreviver. Atualmente, estima-se que mais de 87 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza na Nigéria, tornando-se a segunda maior população pobre do mundo, atrás apenas da Índia.

Foto: Benson Ibeabuchi/Bloomberg.

De acordo com o The New York Times, mais de 92% dos nigerianos em idade produtiva estão no setor informal, onde não há salários e nem sindicato para lutar por eles. “Os sindicatos estão em greve para protestar contra os salários de aproximadamente US$ 20 por mês. Pessoas morrem pisoteadas em meio ao desespero para receber doações de sacos de arroz. Os hospitais estão lotados de mulheres que sofrem de espasmos causados por deficiência de cálcio”, destaca o veículo.

Além das decisões de governo, o Banco Mundial também citou os constantes conflitos armados que atingem 7 estados do norte da Nigéria como responsáveis pelos altos níveis de insegurança alimentar no país. Problemas estruturais de longa data na Nigéria mantiveram os custos dos alimentos elevados durante grande parte da última década, diminuindo consideravelmente a produtividade.

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