Enquanto entre brancos a taxa de mortalidade é de 1,5 por 100 mil habitantes brancos, entre negros é de 4,2 por 100 mil negros.
Números do Anuário da Segurança Pública mostram que 6.416 pessoas foram assassinadas com armas de fogo pelas forças policiais em 2020. Deste total, 79% eram pessoas negras. Durante o período mais intenso de isolamento social para contenção da pandemia de covid-19 no primeiro semestre de 2020, a taxa de mortes causadas pela polícia subiu 6% e fez 3181 vítimas.
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PERFIL — Os homens foram 99,2% das vítimas mortas pela polícia em 2020, e 74,3% eram jovens de até 29 anos. De acordo com o anuário, o percentual é superior à média dos demais homicídios, nos quais jovens são 51,6% das vítimas. Do lado da polícia, os negros também são maioria entre os mortos: 65,1% dos agentes de segurança assassinados no último ano eram pretos e pardos.
O estudo traz, ainda, a comparação da quantidade de mortos em operações policiais dentro e fora das favelas, analisando a ocorrência de mortes entre pretos e brancos nos dois contextos, para compreender se o fator raça é mais prevalente do que o fator socioeconômico para determinar a mortalidade de pretos e pardos. Enquanto entre brancos a taxa de mortalidade é de 1,5 por 100 mil habitantes brancos, entre negros é de 4,2 por 100 mil negros.
“O resultado comprovou a hipótese de viés racial, indicando que, embora a probabilidade de ser vítima de uma intervenção policial com resultado morte fosse maior na favela, também fora desses territórios as chances de pretos e pardos serem vitimados eram maior em comparação com os brancos”, diz o relatório.
CONTROLE SOCIAL — A visibilidade trazida pelos registros de ações truculentas da polícia como no caso do assassinato de George Floyd nos Estados Unidos, e na chacina do Jacarezinho no Rio de Janeiro, por exemplo, evidenciam a importância que pessoas,
movimentos e redes sociais têm feito na responsabilização de agentes e instituições policiais. “Esse controle “social” da atividade policial tem oferecido importantes oportunidades de reflexão e revisão sobre os sentidos da atuação policial contemporânea quando esta resulta em insegurança e desigualdade”, conclui o relatório.
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