Falar sobre Neymar e negritude ainda é um assunto que gera polêmica na comunidade negra, algumas atitudes passadas do jogador deram a entender que ele não se considerava um homem negro e o silêncio mediante a pautas raciais confirmavam esse entendimento.
Mas no ano de 2020 muito se falou sobre racismo e negritude, o ano foi marcado pelas injustiças com a população negra por todo o mundo e debates raciais foram fomentados pelas personalidades negras e brancas e estiveram em pauta por muito tempo.
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Após sofrer ataques racistas em um jogo na Europa, Neymar se posicionou explicitamente contra o racismo pela primeira vez, e escreveu um texto onde afirma ser um homem negro, descendente de negros e orgulhoso de suas origens.
“Existe um processo para a tomada da consciência racial. Vivemos no país do negacionismo e muitas pessoas pretas não sabem que são, ou não se reconhecem, exatamente por conta da disseminação de frases como “somos todos iguais”, quando sabemos que somos diversos e reconhecer isso seria o primeiro passo para dirimir as desigualdades.” Diz Maíra Azevedo em seu texto no Instagram
A jornalista pontua ainda que a recém tomada de consciência racial do jogador Neymar pode ter ocorrido devido a inspirações de outros atletas ao redor do mundo, como exemplo do automobilista Lewis Hamilton.
Foto: Reprodução/Instagram
“As nossas diferenças não deveriam assegurar privilégios e impor situações de miserabilidade. E mesmo que muita gente tenha dificuldade de se olhar e se reconhecer como pessoa preta, racistas sabem muito bem.” continuou a jornalista se referindo aos casos de racismo que pretos-não retintos sofrem quando vão para outros países. Os racistas nos reconhecem muito bem, mas contribuem para que nós nos neguemos.
Ter um jogador de futebol tão reconhecido quanto Neymar se posicionando e engajado em causas raciais faz muita diferença, pois milhares de jovens e crianças negras se inspiram e são influenciados por eles, e nossas crianças precisam se reconhecer enquanto negras, precisam ter sua autoestima trabalhada, para que a próxima geração não adoeça tanto quanto a nossa.
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