O ateliê criativo Vou Assim, em parceria com o Instituto Brasileiro de Transmasculinidades de São Paulo (IBRAT-SP), anunciaram a 3ª edição do Vou Assim Fashion Show, considerado o maior evento de pessoas trans na moda, que será realizado no próximo domingo, 21 de julho, no Museu das Favelas, na capital paulista.
O festival gratuito marca o encerramento do projeto ‘Tecnologias Trans: outras imagens de moda’ cujo objetivo é promover a capacitação e profissionalização em corte e costura sustentável para pessoas trans e travestis das periferias de São Paulo.
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Como em todas as edições anteriores, o festival contará com um desfile de moda. Este ano, a mostra terá como tema “Mutação do Futuro”, em que 26 modeles irão apresentar looks criados por 11 estilistas trans residentes do curso. A temática escolhida reverência o conceito de Transmutação Têxtil, criado por Vicenta Perrotta, à medida que busca questionar quem são as pessoas que pensam e produzem a moda para além da estética europeia e colonial.
Todas as peças foram produzidas a fim de refletir sobre as possibilidades de continuidade e o futuro das múltiplas corporalidades — por uma moda que fuja da lógica extrativista, que segrega e mata para existir.
Para a artista fundadora da Vou Assim, A Pimentel, é essencial que pessoas trans estejam pensando moda no Brasil. “Pra mim, enquanto travesti e uma pessoa transfeminina, foi muito importante no meu processo de transição estar estudando moda, porque eu consegui entender as minhas necessidades e resolver disforias que foram impostas a minha corporeidade. É um dos primeiros dilemas, né. O que pessoas trans vestem se não somos homens e mulheres cisgêneros? O que uma travesti ou um boyceta veste se a moda que tá aí nos mercados não foi feita para nós? Essa é a importância de termos um festival como esse. Em duas edições, conseguimos apoiar e fomentar o trabalho artístico de aproximadamente 200 pessoas trans”, afirma.
Além do desfile, o evento também contará com uma sequência de shows de artistas trans e travestis e uma roda de conversa com figuras importantes do ramo para discutir sobre “O que pode um grupo de pessoas trans organizades?”. Entre as atrações da terceira edição, estão DJ Kewarah, Calanga Paredão, Darlene Maravilha, Mc JL, Luä Ayo Ayana e P4dl0ck. “Quando você pensa em moda, provavelmente não associa imediatamente a imagem ou o nome de uma pessoa trans, estou certo? O festival existe para mudar essa percepção, combinando moda, estética e beleza com uma forte crítica ao desperdício têxtil, propondo alternativas mais eficientes e sustentáveis para o meio ambiente a partir das tecnologias trans. Nesta edição, o IBRAT SP se tornou parceiro da Vou Assim. Com essa parceria nós buscamos incentivar ainda mais a presença de pessoas transmasculinas na moda, apoiando suas criações e oferecendo acesso a um ambiente que tem impulsionado a carreira de muitos talentos na comunidade trans”, afirma Kyem Ferreiro, coordenador geral do IBRAT-SP.
O festival é realizado em parceria com o Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais (VAI 2), da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, e conta com apoio do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) e do Museu das Favelas.
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