Por Ivair Augusto Alves dos Santos
O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou na segunda-feira (6), no discurso de posse: “Senhoras e senhores, após 50 anos dedicados à vida pública, na luta por um país mais justo, mais desenvolvido, mais solidário, mais inclusivo e menos desigual, assumo hoje a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o maior banco de desenvolvimento das Américas.”
Notícias Relacionadas
A cerimônia, realizada na sede do banco público, no Rio de Janeiro, contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin. Uma das presentes no palco foi a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Ao saudá-la, Mercadante prometeu que mulheres e pessoas negras “farão parte da história do BNDES”: “Nunca mais vamos ter um palco sem um negro e uma negra. Mulheres e negros vão fazer parte da história do BNDES.”
Aloisio Mercadante deu destaque ao enfrentamento do racismo estrutural como parte de estratégia de negócios do BNDES. “Senhoras e senhores, outro compromisso do BNDES do futuro é enfrentar as enormes desigualdades de gênero e de raça, chagas históricas que nos marcam profundamente. A agenda de gênero e do enfrentamento do racismo estrutural será parte da estratégia de negócios do BNDES. Seremos promotores de uma sociedade mais justa e inclusiva por meio das nossas linhas de crédito e das ações de fomento que empoderem economicamente os negros e negras deste país.”
Segundo Mercadante, o BNDES tem cerca de 4,6% de negros, praticamente não tem negros, e nenhum negro ocupa cargos de direção.
“Vamos propor um programa de estágio para negros e negras e retomaremos concursos, que não ocorrem há mais de 10 anos, com cotas. O êxito das políticas de cotas nas nossas universidades aponta que é preciso avançar para que os negros e negras também tenham espaço na administração pública, nas empresas e no mercado financeiro.”
A história recente de negros no mundo corporativo, exige um pouco de atenção e um ambiente de trabalho que não discrimine e nem leve as pessoas a um sofrimento mental.
“Esse nosso compromisso com a igualdade de gênero e racial não será só da porta para fora, como também da porta para dentro. Vamos buscar estabelecer ambientes de trabalho verdadeiramente sadios, seguros e dignos. Ambientes livres de assédio e de discriminação”
E anunciou a criação de um Museu sobre a História da Escravidão no Brasil. “Sob a coordenação da Ministra Anielle Franco, vamos desenvolver o museu sobre a história da escravidão no Brasil. Não podemos esquecer essa chaga. O museu ficará localizado no Valongo, que foi a porta de entrada que recebeu mais escravos africanos em todo o mundo.”
“Seremos promotores de uma sociedade mais justa e inclusiva por meio de nossas linhas de crédito e das ações de fomento que empoderem mulheres, negras e negros desse país. Nós temos que empoderar o empreendedorismo da comunidade negra e das mulheres brasileiras”, disse.
Aloisio Mercadante tem história junto a comunidade negra, como ministro da Educação contratou um assessor para igualdade racial: Thiago Thobias, e juntos aprovaram e regulamentaram a Lei de cotas nas universidades federais, que completou 10 anos. Estamos com esperança, mas a Esplanada terá que trabalhar muito, pois os Ministros da Saúde, Industria, Agricultura, Turismo, Comunicações, Minas e Energia, Desenvolvimento Social, Esporte, Desenvolvimento Agrário, Cidades, Transportes, Integração e Desenvolvimento Regional, Embaixadas, Agências Reguladoras que até agora não apresentaram sequer um assessor negro.