Além de sofrer agressões físicas, a vítima relata que não conseguiu atendimento médico e nem registrar um boletim de ocorrência contra os agressores no dia do crime.
A apresentadora e ativista transexual Scarlety Vasconcelos, 27 anos, ficou com o rosto ensanguentado após ser agredida por um homem e três mulheres em São Sebastião, região próxima a Brasília, no Distrito Federal. O crime ocorreu na madrugada de segunda-feira (15).
Notícias Relacionadas
Ministério da Igualdade Racial lança projeto para enfrentar racismo no transporte público do Rio
Lucy Ramos anuncia primeira gravidez e celebra 18 anos de casamento: "esperou a nossa maioridade pra chegar"
Scarlety contou ao portal Metrópoles que foi para um bar com amigos e ao sair do estabelecimento, um homem desconhecido perguntou se ela tinha drogas, ao que ela respondeu que não. Foi aí que as agressões começaram.
“Eu falei que não mexia com drogas. Quando virei as costas, ele me deu uma rasteira, seguida de porrada no rosto. Eu tentei me defender. Ele estava me socando e, não satisfeito, começou a pegar minha cabeça e batê-la no meio-fio. Junto com ele, três mulheres vieram me agredir”, contou ela.
Em vídeo, a vítima narrou o que aconteceu logo após o acidente:
Amigo de Scarlety, Fábio Martins da Silva, contou ao Metrópoles que estava dentro do bar quando as agressões começaram do lado de fora. “Eu estava dançando com minhas amigas e, de repente, a minha irmã me puxa pela blusa desesperada, falando que tinha três mulheres e um rapaz em cima da Scarlety, agredindo-a. Eu saí correndo imediatamente, fui atrás do rapaz para tirá-lo de cima da Scarlety”, disse.
“O homem me deu um empurrão, e eu caí. Nesse momento, ele veio para cima de mim, e começamos a rolar no chão. Quando eu vi que a Scarlety estava derramando em sangue, fiquei desesperado e comecei a gritar falando que chamaria a polícia e o homem foi embora”, detalha Fábio.
Scarlety e Fábio procuraram a 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião) para registrar o boletim de ocorrência sobre a agressão, mas não conseguiram. Scarley conta que foi informada no local de que deveria ter o laudo médico em mãos para fazer a denúncia. Scarlety procurou a UPA de São Sebastião, mas diz que também não foi atendida na unidade de saúde, por falta de profissionais de saúde.
“Chegando à UPA, também não fui atendida. Fizeram o maior descaso, falaram que eu tinha de ir a outro lugar porque não tinha atendimento para isso. Eu, que sofri com várias pancadas na minha cabeça, precisava passar por algum exame”, reclama.
Na madrugada de terça-feira, Scarlety postou em suas redes sociais que voltou à delegacia e conseguiu registrar o boletim de ocorrência. “Enfim atendida e muito bem recebida. Agora é esperar o resultado e ver o escroto pagar pelo crime”, disse a apresentadora em uma publicação.
Notícias Recentes
Agência Pública aponta 33 políticos com antepassados relacionados com a escravidão no Brasil
Economia Inclusiva: O papel das mulheres negras no fortalecimento do mercado brasileiro