
A cantora de soul Roberta Flack morreu aos 88 anos, em casa e cercada pela família, informou Elaine Schock, assessora da artista para a CNN, nesta segunda-feira (24). Dona de grandes sucessos como “Killing Me Softly With His Song”, a longo da carreira, ela conquistou cinco estatuetas do Grammy.
Nos últimos anos, Flack enfrentou problemas de saúde, incluindo um diagnóstico de esclerose lateral amiotrófica (ELA), revelado publicamente no fim de 2022. A doença progressiva, também conhecida como mal de Lou Gehrig, a impediu de continuar cantando, conforme seus representantes divulgaram na época.
Notícias Relacionadas



Com uma formação clássica e raízes na música gospel, Flack se destacou como uma das grandes vozes de sua geração. Além de intérprete, também escrevia suas próprias músicas. Ao todo, foi indicada ao Grammy 14 vezes, ganhando cinco, incluindo um prêmio pelo conjunto da obra em 2020 e vitórias consecutivas na categoria Gravação do Ano.
Em 1973, Flack lançou o álbum “Killing Me Softly”, com a faixa-título que virou um fenômeno e dominou o topo da Billboard por cinco semanas. No ano seguinte, faturou mais dois Grammys: Gravação do Ano e Melhor Performance Vocal Pop Feminina. Em seu quinto álbum solo, “Feel Like Makin’ Love”, assumiu a produção do disco — uma função raramente ocupada por mulheres na indústria fonográfica — assinando como Rubina Flake, seu alter ego.
Embora suas músicas mais conhecidas falem de amor, Flack nunca fugiu de temas sociais e políticos. Denunciou injustiças raciais em “Tryin’ Times”, abordou desigualdade social em “Compared to What” e fez referência aos desafios da comunidade LGBTQ+ em sua versão de “Ballad of the Sad Young Men”. O reverendo Jesse Jackson chegou a descrevê-la como “socialmente relevante e politicamente destemida”, segundo o site oficial da cantora.
Com o passar dos anos, Flack lamentava que questões abordadas em suas músicas ainda seguissem atuais. “Estou profundamente triste que muitas das músicas que gravei há 50 anos sobre direitos civis, igualdade de direitos, pobreza, fome e sofrimento em nossa sociedade ainda sejam relevantes em 2020”, disse ela à AARP naquele ano. Na ocasião, mencionou conexões entre seu trabalho e movimentos como o Black Lives Matter, além de debates sobre brutalidade policial e desigualdade econômica.
Sua influência atravessou gerações, inspirando artistas como Lauryn Hill e os Fugees, que lançaram uma versão de “Killing Me Softly” em 1996, além de nomes como Lizzo, Lady Gaga e Ariana Grande.
Seja em canções de protesto ou românticas, Flack sempre deixou sua marca. “Cada música que gravei expressou algo profundo e pessoal para mim”, disse ela à NPR em 2020. “Cada uma era meu foco singular, seja no estúdio ou no palco.”
Notícias Recentes


