Um dos pontos turísticos mais conhecidos do mundo, o Pelourinho, em Salvador, está em risco. Essa é a mensagem que o movimento ‘O Pelourinho É Nosso’ vem propagando nas redes. Liderado pelo artista e empresário Érico Brás, a ação pede por melhores investimentos em infraestrutura, segurança e lazer na região, após casos corriqueiros de assaltos e crimes diversos. No Centro Histórico da capital baiana, no dia 12 de abril, um homem identificado como Alex, segurança do restaurante ‘Ó Paí, Ó’, de propriedade de Érico, foi morto a tiros. A tragédia causou grande indignação entre os moradores da região.
“Ainda não caiu a ficha para nós. Estamos chocados com a violência que assola Salvador e de modo especial o Centro Histórico “, declarou Érico, em nota. “Cabe à polícia apurar e nos dar uma resposta”. A equipe se solidarizou com os familiares de Alex e pediu para que ele seja lembrado pela alegria, destacou Érico, em nota.
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Com o objetivo de chamar atenção dos governantes, o artista criou o ‘Pelourinho É Nosso’. “Largado, abandonado, sujo, sem segurança e vítima da ausência absoluta da PM e da vontade política de resolver os problemas desse local tão bem quisto pelo Brasil”, declarou o artista, que vem compartilhando uma série de postagens nas redes sociais, encorajando as pessoas a lutarem por um Pelourinho melhor. “O descaso e irresponsabilidade do Estado e da ausência da vontade política que vem a galope da ausência absoluta da PM tem me deixado muito triste”.
Em entrevista ao MUNDO NEGRO, o Conselheiro Municipal de Política Cultural de Salvador, Romário Almeida, classificou a situação do Pelourinho como ‘alarmante’. “O Centro Histórico de Salvador passa por um esvaziamento causado por várias razões, e ruas esvaziadas se tornam inseguras. A situação é alarmante”, disse ele. “O Centro, de uma maneira geral, tem sofrido com a falta de políticas públicas estruturantes em todas as áreas. Pensar o problema da violência urbana passa por geração de emprego, diminuição das desigualdades, acesso à cultura e lazer, mobilidade. Então o abandono não está ligado somente a policiamento, mas a falta de ações contínuas de ocupação segura das ruas“.
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Importante espaço de resistência e luta dos afro-brasileiros, o Pelourinho carrega consigo culturas, línguas, religiões e tradições, que foram preservadas e continuaram a ser praticadas mesmo sob a opressão histórica. Além disso, o local também desempenha um papel importante como um painel de cultura e turismo. Apesar da segurança ser uma questão urgente, Romário defende que o não basta apenas aumentar o policiamento. “Talvez algumas pessoas considerem que o caminho mais fácil seja aumentar o policiamento. Sinto que não é essa a única questão. O Centro Histórico tem uma vida cultural muito ativa e precisa de incentivo financeiro pra continuar pulsando”, diz o Conselheiro. “Outra frente é entender o que o aumento dessa violência está querendo dizer. A desigualdade social é gritante e algumas ações precisam ser tomadas para diminuí-la. Mas de novo, ações pontuais resolvem provisoriamente. Precisamos pressionar para que as políticas públicas garantam uma cidade habitável, segura e viva”.
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