Edição: Silvia Nascimento
Valorização da cultura afro nas escolas e intercâmbio para negros e indígenas estão entre as ações anunciadas pelo Ministério da Educação na última semana para combater o racismo e aumentar a diversidade nos bancos acadêmicos.
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O Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento, de intercâmbio voltado para negros e indígenas, será desenvolvido em parceria com Universidades e Instituições Comunitárias de Ensino Superior Historicamente Negras nos Estados Unidos. Parte das bolsas de estudo será oferecida pelo Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) e parte será destinada aos cursos de humanas.
As Universidades Historicamente Negras foram criadas na década de 60 com a missão de educar negros, sendo abertas, no entanto, a indivíduos de todas as etnias. Para aderir ao programa, as universidades devem ter comprovada excelência. São mais de 100 instituições com essas características nos Estados Unidos.
Segundo Mercadante, 18 reitores estão no Brasil para detalhar o programa Abdias Nascimento, cujo nome é uma homenagem ao político e ativista social brasileiro defensor da cultura e igualdade para as populações afrodescendentes no Brasil. Eles deverão definir quantas vagas serão ofertadas aos estudantes brasileiros negros e indígenas.
As bolsas ofertadas pelo CsF serão para as áreas prioritárias do programa, que são ciências exatas (matemática e química), engenharias, tecnologias e ciências da saúde. Mercadante disse que serão oferecidas vagas também para a área de humanidades, para a formação de professores, “o que faz sentido, pela especificidade [do novo programa]”, explica.
O coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Paulino Cardoso, diz que o programa é uma ação muito importante para que os pesquisadores negros deem um salto na educação brasileira. “Hoje o Brasil, e principalmente aqueles que fazem parte de um grupo dirigente, dividem-se entre aqueles que têm e aqueles que não têm uma experiência internacional, sejam eles estudantes de graduação, sejam professores. O programa vai permitir a intensificação do intercâmbio entre esses estudantes e da língua inglesa no país”.
Cultura afro e combate ao racismo
Uma portaria criada na última sexta-feira, pelo MEC, decidiu criar uma política de combate ao racismo e de valorização da cultura afro-brasileira na educação. De acordo com o documento os materiais didáticos e paradidáticos e os eixos fundamentais da educação deverão contemplar temas ligados a questões étnico-raciais, ensino de história e cultura africana e promoção da igualdade racial.
O quesito raça e cor também passará a ser incluído nos questionários do censo escolar aplicado pelo governo. As instituições federais vinculadas ao MEC e as secretarias terão prazo de 90 dias para propor medidas necessárias para incorporar os requisitos definidos na portaria.
A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) coordenará a organização das propostas. Ainda de acordo com a portaria, poderão ser convidados para a formulação das propostas representantes de órgãos e entidades públicas e privadas, bem como especialistas sobre a temática étnico-racial.
Com informações da Agência Brasil e Todos pela Educação
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